Um levantamento recente que foi divulgado pela CNI ouviu 2.015 pessoas entre os dias 1 e 5 de abril, com a principal pauta envolvendo o aumento dos índices de inflação. Com o aumento de 1,62% do último mês no IPCA, esse foi o maior percentual para o mês desde 1994.
Por conta do aumento da inflação, 64% dos entrevistados da CNI afirmaram que tiveram de reduzir os seus gastos ao longo dos últimos seis meses. Pelo menos metade dos entrevistados afirmaram que tiveram de realizar “grandes cortes” em suas despesas.
O levantamento contou com o apoio do Instituto FSB Pesquisa, que ouviu 2015 pessoas nos cinco primeiros dias de abril. A margem de erro é de até dois pontos percentuais, considerando para mais ou para menos.
Levando em conta os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação subiu 1,62% ao longo de março, que é o maior percentual dos últimos 28 anos. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação no Brasil já registra um acumulado de 11,30%.
Puxado principalmente pelo aumento no preço dos combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) considera a inflação oficial no Brasil, que fechou 2021 com um aumento de 10,06%, registrando o pior resultado dos últimos seis anos.
Entre os principais gastos que foram cortados pelos consumidores ao longo dos últimos seis meses, 34% afirmaram que deixaram de comprar materiais de construção, 29% realizaram o cancelamento de TV por assinatura, 24% deixaram de fazer refeições fora de casa e pelo menos 23% não estão mais comprando eletrodomésticos.
O impacto da inflação está sentindo nos últimos seis meses por até 95% da população, o que mostra que somente a casta mais privilegiada e que é uma fatia bem pequena do país, é que de fato não sente com muito temor o aumento constante dos preços.
Porém o cenário de inflação não se reflete apenas no Brasil, sendo no presente momento um problema sentido no mundo inteiro. Com a guerra que segue sendo travada na Ucrânia, uma série de incertezas foi posta sobre a economia global, o que acaba elevando a projeção de inflação e despertando o medo de uma recessão no mundo todo.
Diante dessa situação, é fundamental que o Brasil precise adotar medidas para fomentar o crescimento econômico, a geração de empregos e o principal de todos, estimular o crescimento da renda dos seus habitantes. O Governo Federal segue debatendo a possibilidade de aprovar a Reforma Tributária, tentando reduzir também a tributação para os consumidores.
Entre as pessoas que estão sendo mais afetadas pelo aumento da inflação, se destaca aqueles que não têm o ensino superior completo, renda de até um salário mínimo e para os moradores da Região Nordeste. Além disso, pelo menos 66% dos entrevistados acreditam que a inflação ainda pode aumentar dentro dos próximos seis meses.