O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) foi divulgado recentemente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A princípio, de acordo com o levantamento, constatou-se que a “inflação do aluguel” terminou o mês de outubro, na casa dos 0,50%. Essa variação ficou acima da registrada no mês de setembro, de 0,37%.
Todavia, em relação ao acumulado entre janeiro e outubro, o índice apresentou uma deflação, o que significa uma variação negativa, de -4,46%. Nos últimos 12 meses, a inflação do aluguel apresentou um recuo de -4,75%. Esses números apresentados significam que houve uma queda nos valores dos produtos analisados pela FGV.
Analogamente, para o economista André Braz, da FGV, coordenador da pesquisa, os preços de commodities, que são matérias primas consideradas básicas, puxaram para cima os custos no atacado, no mês de outubro deste ano. Portanto, isso pode influenciar exponencialmente os preços das famílias no próximo levantamento.
Sobre as commodities, o economista André Braz diz que, “A taxa do índice ao produtor continua em aceleração, influenciada pelo aumento nos preços de importantes commodities, como bovinos (de -10,11% para 6,97%), açúcar VHP, açúcar bruto (de -2,70% para 12,88%) e carne bovina (-4,55% para 3,85%)”.
Para o economista da FGV, essas alterações que consternam uma parte dos itens que geram um impacto nos preços dos produtos negociados no varejo, em um breve momento poderão contribuir para reduzir a deflação. Esse recuo dos valores estará presente no grupo de alimentação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
Ademais, é importante observar que essa classe de despesa, têm, de certa forma, influenciado o IPC, fazendo com que haja uma certa estabilização. Sendo assim, o consumidor acaba sendo beneficiado, visto que a inflação desacelerou neste ano de 2023. Enfim, a pressão inflacionária no período foi menor do que o esperado.
A FGV, para levantar as informações e dados presentes no IGP-M, utiliza em seus cálculos três componentes distintos. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que faz uma medição sobre os custos do atacado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), e o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC).
Dessa maneira, o IPA apresentou uma alta de 0,60% no mês de outubro. Em relação ao IPC, houve uma variação positiva de cerca de 0,27%, enquanto que o INCC obteve um crescimento de 0,20% no total. É conveniente mencionar que o IGP-M de outubro apresentou uma alta expressiva nos custos das famílias.
Neste caso, em relação aos custos da família brasileira, as principais influências para a alta da inflação foram a educação, leitura e recreação, com 2,99%, saúde e cuidados pessoais, com 0,21%. Além desses, podemos destacar a alimentação com -0,39%, vestuário com 0,15% e despesas diversas, com 0,06% no total.
Já a inflação do aluguel, o acumulado dos 12 meses anteriores é utilizado normalmente para a correção de contratos anuais de aluguel. Neste sentido, é importante observar que em alguns desses contratos, se apresenta a expressão “variação positiva”. Isso quer dizer que ele não é reajustado nem para cima, nem para baixo.A alta
do mês de outubro é a segunda do ano. No mês de março, houve uma alta da inflação do aluguel. O índice até o momento, apresenta uma queda de 4,57%, nos últimos 12 meses. Essa taxa aparece negativa em sete meses consecutivos. De fato, a alta neste mês representa uma aceleração frente ao mês de setembro.
Em síntese, os sete meses consecutivos no qual a inflação do aluguel apresentou uma redução expressiva, não era observada na economia do país desde o período finalizado no mês de fevereiro de 2018. Nesta época, houve uma redução nos valores negociados para os contratos de aluguel por dez meses seguidos.
Dessa forma, o cálculo do IGP-M da FGV considera a variação de preços de bens e serviços. Podemos citar como exemplo, as matérias primas para a produção agrícola e industrial, e ainda, na construção civil. Por essas e outras razões, o índice é diferente daquele apresentado para a inflação oficial do país, o IPCA.
Em conclusão, o Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerado como a inflação oficial do país. Através desse indicador, o Govenro Federal reajusta o valor do salário mínimo, além de cortar a taxa de juros básica da economia, Selic, nos casos onde há uma pressão inflacionária maior do que a meta anual estipulada.