A previsão aumentou de 5,09% para 5,15%, a estimativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), que é considerado a inflação oficial do país. Isso representa um aumento de 0,54% em janeiro, contra 0,73% registrado em dezembro. Esses dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse foi o maior resultado para o mês de janeiro desde 2016, quando atingiu 1,27%. Como se não bastasse, o crescimento da economia ainda não é significativo e permaneceu em 0,29%, ou seja, abaixo de 1%. Em outras palavras, os produtos vão continuar subindo e ficando mais caros, com a previsão de inflação só aumentando e o PIB diminuindo.
De acordo com o analista de pesquisa do IBGE , Filipe Almeida, a principal influência no resultado foi o setor de alimentação e bebidas (11,1%), responsável também pelo impacto no índice do mês (0,23%).
Segundo Filipe, foi a alimentação no domicílio (1,44%) o fator que mais influenciou nessa alta. Isso é visto já que a alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,98% para 0,25%. O analista ainda disse que entre os principais destaques do mês estão as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%).
As carnes e as frutas, apesar de terem desacelerado em relação ao mês anterior, foram os fatores que mais impactaram dentro desse grupo, cerca de 0,04 e 0,03 pontos percentuais respectivamente, apontou Filipe.
O setor de transportes apresentou um recuo de 0,11% no IPCA-15 e contribuiu para a desaceleração do indicador em janeiro. Em dezembro, ele tinha apresentado alta de 0,58%. Esse foi o único dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados a ter redução em janeiro.
“A queda no grupo de transportes foi influenciada, principalmente, pela deflação observada nas passagens aéreas, que haviam subido em dezembro e também pelo recuo dos combustíveis, especialmente na gasolina e etanol”, explicou Almeida.
Os maiores recuos observados foram nas passagens aéreas, em 18,35%, e nos combustíveis (1,23%). A gasolina chegou a alcançar 1,14% e o etanol obteve uma redução de 2,84%. Por outro lado, o óleo diesel foi o único combustível a aumentar (2,38%) em janeiro. Os transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%) também registraram retração.
Ainda segundo Filipe Almeida, a explicação para a redução nos combustíveis foram os reajustes negativos aplicados nas refinarias pela Petrobras, em dezembro. Já no caso das passagens aéreas, pode ser explicada pelo componente sazonal.
Outra influência na inflação, foi das mudanças do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e de tarifa de iluminação pública em algumas áreas pesquisadas.
Tratando da variação sobre itens domésticos, os destaques ficaram com eletrodomésticos e equipamentos (2,86%), mobiliário (2,41%) e TV e som e informática (1,38%), que tiveram alta na comparação com dezembro.
Sobre isso, consta na pesquisa que “Esses itens contribuíram conjuntamente com 0,06 pp no IPCA, a inflação oficial do país, de janeiro. Os grupos vestuário (1,07%) e comunicação (1,05%) também tiveram altas. Os demais ficaram entre 0,25% (educação) e 0,78% (despesas pessoais)”.