Economia

Indicador de emprego no Brasil atinge patamares do pré-pandemia, diz FGV

Mensalmente, a Fundação Getulio Vargas (FGV) calcula o Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), e toma como base as entrevistas realizadas com consumidores e com empresários da indústria e dos serviços a fim de prever tendências que podem ser vistas no mercado de trabalho.

O Indicador atingiu 89,2 pontos no mês passado, o maior desde fevereiro de 2020, período anterior às medidas restritivas adotadas para combater a pandemia de covid-19 no país, quando alcançou a marca de 92 pontos. O dado indica uma alta de 1,6 pontos no nível de emprego de junho para julho deste ano.

Os dados da FGV mostraram que, dos sete componentes do Iaemp, cinco contribuíram para a alta de junho para julho, com destaque para o indicador que mede a situação corrente dos negócios no setor dos serviços, que cresceu 10,2 pontos no período, apresentando uma contribuição de 87% para a alta do índice geral.

“O Iaemp mantém em julho a tendência positiva dos últimos meses, retornando ao nível anterior à pandemia”. Apesar do resultado promissor de julho, “é importante ressaltar que ainda existe um espaço para recuperação e que até mesmo o nível pré-pandemia ainda retratava um cenário desafiador no mercado de trabalho”, alertou Rodolpho Tobler, economista da FGV.

Mais sobre a tendência de emprego apresentada pela FGV

O mercado de trabalho doméstico voltou a crescer em julho, junto com o Indicador Antecedente de Emprego no Brasil, avançando assim para níveis observados antes da pandemia, isso de acordo com dados coletados pela FGV.

“O resultado positivo sugere que a melhora nos números da pandemia e a redução das medidas restritivas podem estar impulsionando a retomada do mercado de trabalho. Além disso, também há uma expectativa mais favorável em serviços, setor que emprega muito, com a maior circulação de pessoas”, afirmou Rodolpho Tobler.

O economista ainda acrescentou: “Mas é importante ressaltar que ainda existe um espaço para recuperação e que até mesmo o nível pré-pandemia ainda retratava um cenário desafiador no mercado de trabalho.”

Desemprego no Brasil

Apesar de dados divulgados na última semana mostrarem que a taxa de desemprego no Brasil recuou ligeiramente no trimestre encerrado em maio, ainda é fato que o país atravessa um momento econômico complicado e consequentemente com uma considerável taxa de desemprego.

Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil já registra mais de 14,761 milhões de trabalhadores desocupados, conforme a economia ainda busca engatar uma recuperação dos danos causados pela covid-19.

A análise, que contempla os meses de fevereiro a abril de 2021, mostra que o índice de desemprego é o maior desde o início da série histórica, em 2012. Se comparado ao trimestre anterior (de novembro a janeiro), o número de desempregados sofreu um aumento de 3,4 pontos percentuais.

O número total de desempregados, nos meses de fevereiro até abril, alcançou 48,5%, e se mantendo assim abaixo dos 50% desde o trimestre de maio de 2020. Isto indica que menos da metade da população capaz de trabalhar tem emprego no Brasil.