Na hora de planejar um bebê, a maioria dos casais se preocupa em realizar exames de fertilidade, check-ups para avaliar a saúde da mãe, além de alterar alguns hábitos, priorizando uma alimentação mais equilibrada e evitando o consumo de álcool e tabagismo.
Tudo isso é muito válido e pode evitar inúmeros transtornos na gravidez, entretanto, há um fator que acaba sendo preterido durante esta etapa, a análise da compatibilidade do tipo sanguíneo do casal.
A incompatibilidade sanguínea pode gerar inúmeros riscos na gravidez. Muitos casais acabam sofrendo frequentes abortos espontâneos sem descobrir a possível causa, que muitas vezes pode estar ligada a esta incompatibilidade sanguínea.
Vale destacar, que os tipos mais comuns de incompatibilidade sanguínea são do sistema RH e ABO.
Conhecer o tipo sanguíneo pode evitar diversos transtornos na gravidez, inclusive, garantir o tratamento adequado para seguir com uma gestação saudável, priorizando sempre a saúde da mãe e do feto.
Diante disto, as mães que possuem o tipo sanguíneo AB, A, B ou O negativo precisam ter ainda mais cuidado durante a gravidez, principalmente, se o parceiro tiver RH positivo.
Caso a mãe possua sangue AB, A, B ou O negativo e o pai RH positivo, pode haver a possibilidade de transmitir a característica ao feto do tipo sanguíneo paterno. Essa condição faz com que o organismo da mãe crie uma rejeição ao feto, por meio da produção de anticorpos para combatê-lo.
Essa situação provoca inúmeras consequências, incluindo desde doenças até a morte do feto.
A incompatibilidade do sistema RH é considerada a mais grave, já que traz a possiblidade da eritroblastose fetal, também conhecida como doença hemolítica.
Esta condição pode levar desde uma anemia profunda ao feto, icterícia, surdez, paralisia no cérebro e em casos mais graves a morte do bebê.
Neste caso, a incompatibilidade sanguínea acontece, independente do fator RH.
Este tipo de incompatibilidade afeta entre 10% a 15% dos casais e acontece quando a mulher tem sangue de tipo O e o homem de tipo A, B ou AB.
Nestes casos a reação pode ser um pouco mais branda, resultando em icterícia (olhos amarelados) e anemia leve.
Ao planejar uma gravidez, uma das etapas primordiais para garantir a qualidade deste período e principalmente, a saúde do feto é realizar o teste de tipagem sanguínea.
Ao verificar o grupo sanguíneo que a mãe e o pai pertencem e caso haja incompatibilidade, é possível iniciar cuidados de forma precoce, evitando assim, transtornos na fase gestacional.
Além da tipagem, também é recomendado fazer um teste denominado exame de Coombs, que detecta no sangue da mãe se há presença de anticorpos anti-Rh. Este exame é essencial, caso o parceiro seja RH positivo.
Em muitas situações, quando confirmada a presença de anticorpos anti-Rh, o obstetra pode recomendar uma transfusão de sangue para o bebê ainda no útero, se a condição for considerada grave.
Outros casos que envolvem a incompatibilidade do sangue da mãe com o material genético do pai pode ser solucionada através da elaboração de uma vacina, a partir das células de defesa do sangue do parceiro. Esta vacina, denominada crossmatch é aplicada na mãe, entretanto, não é totalmente aceita, devido à falta de evidências científicas.
Em todos os casos, deve se manter um acompanhamento médico especializado durante todas a etapas da gestação.