Muitos brasileiros sofrem para conseguir manter os pagamentos das contas em dia. De acordo com o Mapa da Inadimplência, realizado pela Serasa Experian, 70,71 milhões de pessoas estavam inadimplentes no Brasil em março deste ano.
Em resumo, esse valor corresponde a um crescimento de 0,26% em relação a fevereiro. Aliás, a inadimplência nunca atingiu um patamar tão elevado assim no Brasil quanto em março.
Confira abaixo a quantidade de inadimplentes no Brasil nos últimos meses:
Os dados mostram que, nos últimos meses, a quantidade de pessoas inadimplentes caiu apenas em dezembro do ano passado. Contudo, no início de 2023, a inadimplência voltou a ganhar força no país e atingiu em março o maior ponto da série histórica, que teve início em 2016.
Cabe salientar que a trajetória de alta vem sendo observada desde 2021. A título de comparação, havia 65,69 milhões de inadimplentes no Brasil em março de 2022, ou seja, a taxa média nacional de inadimplência cresceu 7,6% em um ano. Em números reais, significa dizer que mais de cinco milhões de pessoas entraram no grupo dos inadimplentes do país.
Em março deste ano, o valor total das dívidas de pessoas inadimplentes no Brasil chegou a R$ 334,5 bilhões. O montante superou em 2,42% o valor registrado no mês anterior (R$ 326,6 bilhões), ou seja, as pessoas ficaram ainda mais endividadas no terceiro mês deste ano.
A Serasa também revelou que o valor médio das dívidas por pessoa chegou a R$ 4.731,62. Esse montante cresceu 2,16% em relação a fevereiro, quando o valor médio de dívidas por pessoa havia somado R$ 4.631,58.
Segundo os dados do levantamento, existiam 258,61 milhões de dívidas atrasadas no país em março, valor 1,26% maior que o de fevereiro (255,39 milhões).
Em suma, o crescimento da quantidade de dívidas, bem como do seu valor, explica o aumento da inadimplência no país em março.
O levantamento ainda revelou a representatividade de inadimplentes na população adulta de cada unidade da federação (UF). Em outras palavras, a Serasa calculou a quantidade de pessoas com dívidas atrasadas e relacionou os dados ao número de habitantes em cada UF.
No Brasil, 43,43% da população estava inadimplente em março. Contudo, várias UFs tiveram taxas superiores à média nacional.
A Serasa divulgou um ranking dos líderes em inadimplência, conforme a população de cada um deles. Em síntese, a inadimplência atingiu mais da metade da população em cinco UFs, o que é bastante preocupante.
Confira abaixo as UFs líderes em inadimplência em março:
Nos cinco locais citados, mais da metade da população estava inadimplente no terceiro mês deste ano. Aliás, o top três teve taxas quase 10 pontos percentuais superiores à média nacional.
Além dessas cinco UFs, o percentual de inadimplentes em outros oito estados também ficou maior que a taxa do Brasil (43,43%), variando entre 44,48% e 48,03%.
Por outro lado, os estados com os menores números de negativados do país foram das regiões Nordeste e Sul. Veja as menores taxas de inadimplência do país.
Vale destacar que todas essas taxas percentuais foram alcançadas através da relação de pessoas inadimplentes e da quantidade de habitantes em cada UF. Por isso, não representa o número total de pessoas com dívidas atrasadas no país.
Além disso, o levantamento mostrou que 31,03% do total de dívidas atrasadas foram referentes a cartões de crédito. Em outras palavras, três em cada dez dívidas atrasadas pelos brasileiros em março foram referentes a esse segmento. Embora o percentual tenha ficado muito elevado, a taxa desacelerou em relação a fevereiro (31,63%).
Em segundo lugar ficaram as dívidas com contas básicas, como água, luz e gás. Em resumo, esse segmento respondeu por 22,02% do total das contas atrasadas no país, superando o percentual de fevereiro (21,76%).
Já na terceira posição ficaram os débitos com o varejo, com uma taxa de 11,29%, levemente superior a do mês anterior (11,24%).
Isso quer dizer que esses três segmentos responderam por mais de 64% da inadimplência em março.
O levantamento também estimou que 50,3% dos inadimplentes do país em março eram mulheres, enquanto 49,7% eram do gênero masculino.
Por fim, em relação à faixa etária dos inadimplentes, os maiores percentuais vieram das faixas de 26 a 40 anos (34,8%) e 41 a 60 anos (34,7%). Em seguida ficaram as pessoas acima de 60 anos (18,0%) e quem tinha até 25 anos (12,5%).