Em referência ao possível impeachment, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou nesta quinta-feira (15) que quem poderia tirá-lo da cadeira presidencial seria somente Deus. “Me tira, obviamente, tirando a minha vida”, teria declarado ele em uma live semanal que realiza as quintas-feiras.
A afirmação foi dita após ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), dar um prazo de 5 dias, para Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, explicar porque ainda não analisou os pedidos de impeachment ao presidente.
Ao todo o presidente já recebeu mais de 100 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados, nenhum deles gerou um processo. Isso porque cabe ao presidente da Câmara decidir o que será feito e não há prazo para abertura de processo ou não, de acordo com a Constituição.
Por outro lado, diante do acúmulo de pedidos de impeachment sem sequência, um processo no STF questiona por que a Câmara dos Deputados não analisou nada até agora.
“Eu não quero me antecipar e falar o que acho sobre isso, mas digo uma coisa: só Deus me tira da cadeira presidencial e me tira, obviamente, tirando a minha vida. Fora isso, o que estamos vendo acontecer no Brasil não vai se concretizar. Mas não vai mesmo. Não vai mesmo” afirmou Bolsonaro sobre o possível processo de impeachment.
Veja também outro momento que o ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou preocupado quanto impeachment e chegou a alertar o presidente.
Mesmo com esta declaração polemica, o presidente Bolsonaro afirmou que ainda deve aguardar a resposta de Lira aos questionamentos do STF. O presidente da Câmara tem até 5 dias para dar um retorno sobre o impeachment.
Bolsonaro também declarou que o país está próximo de um limite. Ainda nesta semana ele também conversou com apoiadores sobre isso. E continuou a dizer que o governo deve “agir dentro das quatro linhas da Constituição restabelecendo a ordem no Brasil”.
“Lamento muito pelo futuro do nosso Brasil. E o que eu posso fazer? A gente só ganha a guerra se tiver informações, se o povo estiver bem informado, consciência do que está acontecendo. Alguns querem que seja imediatista. Eu sei o que tem que fazer, dentro das quatro linhas da Constituição. Se o povo cada vez mais se inteirar, se informar, cutucar seu vizinho, mostrar qual o futuro do nosso Brasil, a gente ganha essa guerra. Eu sei onde está o câncer do Brasil. Se esse câncer for curado, o corpo volta a sua normalidade. Estamos entendidos? Se alguém acha que tem que ser mais explícito, lamento”, finalizou.