Os brasileiros que pagam aluguel receberam uma grande notícia nesta quinta-feira (28). O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como inflação do aluguel, caiu 3,18% em 2023, aliviando um pouco o bolso dos consumidores do país.
Essa redução foi completamente diferente do resultado observado em 2022, quando os preços do aluguel subiram 5,45%. Isso quer dizer que as pessoas que alugaram algum imóvel em 2023 se beneficiaram com preços mais acessíveis do que no ano passado.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta quinta-feira (28).
“Em 2023, o IGP-M registrou queda de 3,18%. Considerando o período de janeiro a dezembro, esta foi a menor taxa registrada pelo índice desde o início de sua série histórica“, disse o Coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, André Braz.
Embora os preços do aluguel, medidos pelo IGP-M, tenham encerrado o ano em queda, vale destacar os avanços observados nos últimos meses. Em resumo, os valores subiram 0,74% em dezembro, acelerando em relação aos meses anteriores: novembro (0,59%), outubro (0,50%) e setembro (0,37%).
A queda acumulada em 2023 aconteceu devido aos resultados registrados em meados deste ano, principalmente entre abril e agosto, cujos preços só fizeram cair no país. Nesse período, os consumidores conseguiram aproveitar preços cada vez menores, e a queda acumulada no ano superava 5%.
Entretanto, os valores voltaram a subir em setembro, e vêm acelerando desde então, ligando o alerta para os brasileiros em relação aos primeiros meses de 2024. A expectativa é que os valores não caiam tão intensamente quanto neste ano, até porque a tendência de alta vem sendo confirmada a cada divulgação de dados do IGP-M.
Em síntese, o IGP-M funciona como um indexador de contratos, incluindo os de locação de imóveis. No entanto, o índice não fica limitado a aluguéis, pois também é utilizado para reajustes de contratos de tarifas públicas e seguros, por exemplo.
Além disso, o indicador também influencia mensalidades de escolas e universidades, tarifa de energia elétrica e planos de saúde. Em outras palavras, o IGP-M é muito importante para diversos segmentos da sociedade, influenciando-os de maneira direta.
Em suma, a variação do IGP-M se dá por três indicadores:
Em novembro, todos os três indicadores ficaram positivos, na comparação com outubro. Esse resultado continuou mantendo o IGP-M, no campo positivo, representando o aumento dos preços para os brasileiros. Aliás, dois dos três componentes aceleraram, impulsionando a taxa do indicador.
Em resumo, o IPA exerce o maior impacto no IGP-M, respondendo por cerca de 70% do índice. Por isso, o indicador considerado a inflação do aluguel tende a apresentar variações semelhantes a do IPA.
Em dezembro, o indicador subiu 0,97%, acelerando em relação a novembro (0,71%). ” O IPA, índice que exerce a maior influência sobre o IGP-M, também registrou a menor taxa de variação de sua série histórica para os doze meses findos em dezembro, -5,60%“, disse Braz.
“Ainda no índice ao produtor, os itens que mais contribuíram para a queda da taxa do indicador em 2023 foram: soja (-21,92%), milho (-30,02%) e óleo Diesel (-16,57%)“, acrescentou.
Diferentemente do que aconteceu com o IPA, o IPC desacelerou em dezembro, passando de 0,42% para 0,14%. Embora tenha apresentado decréscimo no mês, o índice fechou o mês em alta, seguindo o caminho inverso do observado no IGP-M e no IPA.
“O IPC fechou 2023 com alta de 3,40%. No âmbito do consumidor, as maiores influências partiram dos itens: gasolina (11,08%), plano de saúde (10,36%) e aluguel residencial (7,15%)“, explicou Braz.
Em síntese, a maior contribuição de dezembro partiu do grupo educação, leitura e recreação, cuja taxa de variação passou de 2,05% para 0,65%. O preço do item passagem aérea desacelerou no mês, passando de 11,44% para 3,10%, limitando a alta do IPC no mês.
Por fim, o terceiro indicador que compõe o IGP-M registrou leve aceleração em dezembro, ajudando a impulsionar o IGP-M no mês. Contudo, este é o componente que exerce a menor influência na inflação do aluguel.
A saber, o INCC variou 0,26% em dezembro, acelerando em relação a novembro (0,10%). Em suma, o resultado do indicador foi enfraquecido pela variação de um dos três grupos componentes do INCC. As oscilações foram as seguintes: materiais e equipamentos (-0,17% para 0,30%), Serviços (0,39% para 0,09%) e Mão de Obra (0,42% para 0,23%).