O Ibovespa encerrou a semana em alta, refletindo o bom momento do mercado acionário no país. A busca por ativos de risco prevaleceu no pregão, e o indicador realizou um feito que não era visto há muitos anos.
Nesta sexta-feira (12) o Ibovespa subiu 0,47%, a 128.817 pontos. Esse é o décimo avanço consecutivo do indicador, maior sequência de ganhos em seis anos e meio, quando o índice teve 11 avanços seguidos, entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018.
Em resumo, o país enfrentava grandes desafios naquela época, e os avanços do Ibovespa aconteceram devido à base comparativa enfraquecida por dois principais fatores: impeachment da então presidente Dilma Rousseff e desdobramentos da Operação Lava Jato.
Na semana, o Ibovespa acumulou ganhos de 2,08%, enquanto a alta no mês chegou a 4%. Aliás, o indicador não teve ainda pregões no vermelho em julho, apesar de alguns avanços terem sido bem fracos.
Por outro lado, o índice acumula perda de 3,9% em 2024. A saber, no último pregão de 2023, o Ibovespa havia batido 134.185 pontos, mas perdeu força ao longo do ano, principalmente em junho, quando caiu para 119.138 pontos. Desde então, porém, vem subindo constantemente.
O forte resultado do Ibovespa nos últimos pregões se deve a uma junção de fatores. No âmbito nacional, os principais destaques são:
Além disso, o cenário internacional também vem ajudando a fortalecer o Ibovespa em julho. As principais razões para isso vêm dos Estados Unidos:
Em síntese, a inflação é um dado muito importante, pois tem o poder de influenciar o rumo da política monetária nos países. Quanto mais fraca ela estiver, maiores são as chances de o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduzir os juros no país, algo que os investidores desejam.
Atualmente, a taxa de juros nos EUA está no nível mais elevado em mais de duas décadas. O Fed vem mantendo a taxa estável, sem promover novas altas, mas o mercado deseja que os cortes cheguem o mais rápido possível. Isso porque, os juros altos reduzem o poder de compra do consumidor e, assim, enfraquecem a demanda por produtos e serviços.
Com a expectativa de corte dos juros nos Estados Unidos, os investidores já começaram a buscar outros mercados para alocarem seu dinheiro. E muitos estão buscando países emergentes, como o Brasil, que vem se beneficiando principalmente com os ganhos atuais das commodities.
No mês de julho, 76 das 86 ações listadas no Ibovespa estão acumulando ganhos. O resultado é bastante positivo e mostra a força do indicador no início do segundo semestre.
Contudo, o resultado de 2024 segue negativo, com 62 papeis acumulando perdas. Por isso que o índice ainda está no campo negativo no ano.
Na sessão de hoje (12), 51 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em alta, impulsionando o indicador. Em contrapartida, 34 papeis caíram no dia, enquanto dois se mantiveram estáveis.
A saber, as duas principais empresas listadas no Ibovespa são a mineradora Vale e a Petrobras, que respondem por cerca de 25% da carteira. As variações registradas por estas empresas exercem bem mais impacto no indicador do que as demais. Por isso que elas têm uma importância tão elevada assim.
Nas últimas semanas, as commodities vêm fortalecendo o desempenho do Ibovespa, já que o indicador possui quase metade de seu peso em ações de empresas ligadas a esses setores. Os principais destaques são o petróleo, principal produto da Petrobras, e o minério de ferro, principal matéria da Vale.
A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 12,5 bilhões na sessão de hoje (12), bem abaixo da média dos últimos 12 meses (R$ 16,7 bilhões).
Na sessão de hoje (12), as ações que tiveram os maiores avanços percentuais foram:
Em contrapartida, os papeis que registraram as quedas mais intensas no dia foram: