O Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira (26) em forte alta de 1,73%, aos 114.777 pontos. O resultado positivo aconteceu graças a dados econômicos positivos vindos do Brasil e dos EUA, que animaram o mercado.
Com o acréscimo desse resultado, o Ibovespa reduziu as perdas de outubro, para -1,53%. Aliás, o indicador ainda reserva ganhos de 4,59% em 2023. A propósito, o Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira.
O resultado anual estava ainda mais positivo há alguns meses. A saber, a alta acumulada em 2023 chegou a 11% em julho, mas o indicador caiu em 18 dos 23 pregões realizados em agosto, período em que teve a maior sequência de quedas já registrada na história, recuando por 13 pregões consecutivos e acumulando perdas de 5,1% no mês.
Em setembro, o Ibovespa até conseguiu subir, mas a alta foi bem leve. Já agora em outubro, o resultado tem sido negativo, refletindo o pessimismo dos investidores, principalmente com o cenário internacional.
Na sessão de hoje (26), os investidores repercutiram os dados prévios do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Em suma, a economia americana cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano, resultado bem mais forte que o esperado pelo mercado (2,1%). Cabe salientar que isso foi apenas uma prévia e que o dado oficial ainda será divulgado nos próximos dias.
De todo modo, o crescimento significativo da economia norte-americana preocupou os investidores, que temem o avanço dos juros no país. A saber, o principal objetivo dos juros elevados é reduzir o poder de compra do consumidor para desaquecer a demanda e, assim, esfriar a economia. Dessa forma, a inflação perde força, já que a demanda se retrai.
Em outras palavras, quanto mais forte estiver a economia norte-americana, mais alta tende a ficar a inflação. Entretanto, como o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, tem a missão de controlar a inflação no país, a entidade acaba elevando os juros para que a taxa inflacionária não suba acima dos valores definidos.
Contudo, os dados sobre o PIB trouxeram alívio devido a outro fator. Em síntese, o PIB dos EUA subiu, em parte, por causa da alta do índice de preços de gastos com o consumo (PCE, na sigla em inglês), que passou de 2,5%, no segundo trimestre, para 2,9%, no terceiro trimestre.
Apesar do avanço, o chamado “núcleo” de inflação, que exclui itens considerados voláteis como as commodities, desacelerou de 3,7% para 2,4%. Esse resultado deu um alívio aos investidores, que passaram a acreditar que a taxa atual de juros nos EUA está sendo suficiente para segurar a inflação no país.
Atualmente, a taxa de juros está no nível mais elevado em mais de duas décadas. Na última reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, a entidade optou por manter os juros estáveis nos EUA. Contudo, não descartou a possibilidade de elevar a taxa nas próximas reuniões, a depender dos dados econômicos nacionais.
O mercado está de olho em qualquer movimentação relacionada aos juros nos EUA, mas o presidente do Fed, Jerome Powell, disse na semana passada que a entidade está analisando cautelosamente os impactos de juros mais elevados na economia norte-americana. A expectativa é que o Fed mantenha os juros estáveis em sua próxima reunião, realizada em breve.
Nesta quinta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,21% em outubro, taxa inferior a de setembro (0,35%). A saber, o IPCA-15 e considerado a prévia da inflação do Brasil.
O dado é positivo para o Brasil e indica que os juros em queda no país estão sendo suficientes para enfraquecer a inflação. A expectativa é que o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduza em 1,0 ponto percentual a taxa de juros em 2023, para 11,75% ao ano. Isso beneficia a população e fortalece a economia brasileira, o que pode atrair mais investidores para o país.
Na sessão de hoje (26), 81 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em alta, puxando o indicador para baixo e refletindo a o otimismo entre os investidores. Apenas quatro papeis fecharam o pregão em queda, enquanto um se manteve estável
Durante as sessões, o mercado fica de olho na variação registrada por duas grandes empresas: a mineradora Vale e a Petrobras. Cada uma delas responde por 14% da carteira teórica do Ibovespa, ou seja, elas exercem forte impacto no indicador.
Nesta quinta-feira (26), as ações da Vale tiveram uma forte alta de 2,14%, impulsionando o indicador. Por outro lado, os papeis preferenciais (PN) da Petrobras caíram 1,03%, enquanto os ordinários (ON) recuaram 0,74% no dia. Ambos os resultados diminuíram um pouco da alta registrada pelo Ibovespa.
Em síntese, a carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 17 bilhões na sessão, 10% abaixo da média dos últimos 12 meses. Neste mês de outubro, a média está em R$ 16,1 bilhões, menor montante mensal de 2023, juntamente com setembro. Em contrapartida, o valor mais elevado foi registrado em junho, quando a média diária de giro financeiro no Ibovespa chegou a R$ 21,1 bilhões.