O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) decidiu prorrogar oficialmente o prazo para coleta de dados do Censo de 2022. Conforme as informações oficiais, o novo limite é o início de dezembro, e não mais o dia 31 de outubro, como estava previsto inicialmente. A informação foi confirmada ainda na última segunda-feira (3).
Mesmo com a mudança no prazo limite para a coleta, o IBGE voltou a confirmar que deve divulgar o balanço geral até o final deste ano. Neste sentido, não há nenhum adiamento previsto. O diretor de Pesquisas do Instituto, Cimar Azeredo, explicou que o adiamento precisou ser feito por causa da falta de pesquisadores.
Ele disse que existem algumas áreas específicas do país que são notadamente mais difíceis de alcançar. Azeredo disse ainda que, de um modo geral, é possível dizer que apenas pouco mais da metade da população brasileira foi recenseada desde o início das coletas, ainda no dia 1º de agosto.
“A grande dificuldade que se encontrou foi de recrutamento de recenseadores, portanto o IBGE está tomando decisões importantes para aumentar a possibilidade de recrutamento e concluir, com isso, a operação do Censo Demográfico 2022”, disse Azeredo, em vídeo que foi publicado no site oficial da IBGE, ainda na terça-feira (4).
Dados oficiais apontam que o Instituto conta atualmente com pouco mais de 95 mil recenseadores. Este número corresponde a 52,2% das vagas disponíveis. O estado que representa o maior nível de déficit de trabalhadores é o Mato Grosso, na região Centro-Oeste. O IBGE afirma que espera resolver o problema o mais rapidamente possível.
“Estamos pensando em novas estratégias e alternativas de recrutamento, a fim de alavancar e melhorar a produtividade nos estados com menor percentual de população recenseada”, disse o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte.
De acordo com os dados coletados até este momento, foram entrevistadas 104.445.750 pessoas em todas as regiões do país. O Instituto estima que este patamar corresponde a 49% da população brasileira.
Caso o período limite não tivesse sido alterado, o Instituto teria que entrevistar a outra metade de população em um intervalo de menos de um mês.
Dos entrevistados até agora, 42% estão na região sudeste, 27% no nordeste, 14,3% no sul, 8,9% no norte e outros 7,8% no centro-oeste. Foram 48% do sexo masculino e 52% do sexo feminino. Até aqui os dados não são muito diferentes daqueles que se viu no Censo de 2010.
Conforme os dados mais recentes do Censo 2022, o Rio de Janeiro é o estado que mais recusou entrevistas até aqui. De acordo com as informações oficiais, mais de 1 milhão de famílias do estado se negaram a responder as perguntas, mesmo considerando que o processo é obrigatório.
A taxa média de recusa do Rio de Janeiro é de 3,75%, enquanto a média nacional é de 2,27%. Ainda segundo o IBGE, o questionário básico demora algo em torno de 6 minutos para ser respondido. Já o ampliado leva cerca de 16 minutos.
Analistas afirmam que o cidadão pode entrar em sites oficiais do IBGE para conferir se o cidadão que quer entrar em sua casa é de fato uma pessoa que precisa fazer o Censo. A coleta destas dados é importante para que o Brasil conheça o tamanho e as características da sua população.