Humanismo e a transição literária

A era do homem no centro de tudo

O Humanismo foi um período de transição entre o Trovadorismo e o Classicismo, durante o final da Idade Média. Durante essa era, alguns princípios do Renascimento foram antecipados e se aliaram a outros que foram mantidos da Idade Média.

Ele foi um movimento intelectual que se distanciou da influência da Igreja e dos pensamentos religiosos. Em um sentido amplo, o Humanismo visava valorizar o homem acima de tudo, contemplando os atributos e realizações humanas.

Com o distanciamento das questões religiosas, nesse período foi possível realizar novas formas de estudo acerca da arte, ciência e política.

Principais características do Humanismo

  • Transição entre Idade Média e Renascimento;
  • Valorização do ser humano;
  • Surgimento da burguesia;
  • Destaque do homem no centro do universo;
  • As emoções humanas começaram a ser mais valorizadas pelos artistas;
  • Afastamento de dogmas;
  • Valorização de debates e opiniões divergentes;
  • Valorização do racionalismo e do método científico.

Humanismo na Arte

Seguindo o objetivo de valorizar a figura humana, os artistas da época passaram a utilizar modelos de verdade, com suas belezas e perfeições, para a realização de suas obras. As esculturas e pinturas apresentavam mais detalhes nas expressões faciais e nas proporções humanas.

Nas artes plásticas e na medicina, o Humanismo foi representado em obras e estudos sobre anatomia e funcionamento do corpo humano.

Principais artistas e obras do humanismo

Pintura

– Raphael Sanzio: Escola de Atenas, Madona Sistina e Transfiguração.

– Sandro Botticelli: O Nascimento de Vênus, A Adoração dos Magos e A Primavera.

Escultura

– Michelangelo: La Pieta, Moisés e Madonna de Bruges.

– Donatello: São Marcos, Profetas e Davi.

Humanismo e a Literatura

O Humanismo também corresponde a uma escola literária que teve preponderância nos séculos XIV e XV. Durante essa época, que também foi chamada de segunda época medieval, iniciou-se a produção de prosas (crônica e novelas de cavalaria), poesia estilo palaciana e teatro.

 

Principais escritores do Humanismo

Dante Alighieri (1265-1321)

– Principais obras: Divina Comédia e Vida Nova.

– Principais características de sua obra: a liberdade de consciência é uma de suas principais ideias, que é mostrada, principalmente, na Divina Comédia.

Francisco Petrarca (1304-1374)

– Principais obras: escreveu diversas epístolas e poemas. Destaque para a coleção de poemas Il Canzoniere.

– Principais características de sua obra: proclamou sua admiração pelos escritores da Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). Publicou poemas inspirados em seu amor por Laura de Noves.

Giovanni Bocaccio (1313-1375)

– Principais obras: Canção Bucólica e Decamerão.

– Principais características de sua obra: em grande parte de sua obra teceu críticas à sociedade de seu tempo.

Nicolau Maquiavel (1469-1527)

– Principal obra: O Príncipe.

– Principais características de sua obra: explicou e defendeu as características que um bom governante (monarca) deve possuir.

Thomas Morus (1478-1535)

– Principal obra: Utopia.

– Principais características de sua obra: defendeu a ideia de que não pode haver respeito ao bem comum, numa sociedade em que existe a propriedade privada.

Erasmo de Roterdã (1466-1536)

– Principal obra: Elogio da Loucura

– Principais características de sua obra: teve grande atuação na área da educação. Defendeu os ideais cristãos, fazendo uma crítica aos desvios (patrocinados pela Igreja Católica) dos verdadeiros valores religiosos do cristianismo.

 

Humanismo e Renascimento

Os contextos de ambos momentos históricos se confundem, até porque os pensamentos humanistas estabeleceram os fundamentos ideológicos que foram a base do movimento renascentista.

Durante o renascimento, o pensamento humanista também foi definido como uma forma de libertar o ser humano dos padrões rígidos do cristianismo. Por isso, foi uma época que serviu como uma luta contra a era medieval, o que resultou na criação de um comportamento científico livre das normas teológicas.

Algumas questões foram fundamentais para compor a cultura da época do renascimento. Os artistas da época valorizavam bastante a cultura greco-romana. Eles pensavam que gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, diferente dos homens medievais.

Humanismo e Classicismo

O humanismo é quase sempre relacionado ao classicismo, pois ambos foram movimentos que consideravam que a humanidade deveria permanecer no centro do entendimento humano durante o Renascimento.

O classicismo foi uma das formas de manifestação do pensamento humanista, que se tornou evidente no século XVI (um século após o surgimento do humanismo). Ele visava estabelecer o racionalismo e o antropocentrismo através do resgate dos valores clássicos greco-latinos.

Apesar de ter grande impacto na cultura e na filosofia, o respeito à Antiguidade Clássica trazido pelo classicismo teve maior visibilidade nas artes visuais, razão pela qual o movimento classicista é visto como predominantemente estético.

 

Humanismo Secular

Também conhecido como humanismo laico, o humanismo secular visava abordar a justiça social, a ração humana e a ética.

Em sua maioria, os humanistas seculares eram ateus ou agnósticos, renegando a doutrinação religiosa, as superstições e o conceito de sobrenatural. Para eles, estas áreas não eram vistas como base para a moralidade e para tomada de decisões.

 

Humanismo e Psicologia

Com origem na metade do século XX, a psicologia humanista surgiu exclusivamente para analisar o comportamento humano. É considerada como uma abordagem adicional, junto com a terapia comportamental e a psicanálise.

Tendo por base o humanismo, a fenomenologia, a autonomia funcional e o existencialismo, a psicologia humanista ensina que o ser humano possui no seu interior um potencial de autorrealização.

A psicologia humanista não tem como propósito fazer uma revisão ou adaptação de conceitos psicológicos já existentes, mas de ser uma nova contribuição na área da psicologia.