Não está nada fácil. A crise econômica que atinge o Brasil aprofundou as dificuldades dos hospitais públicos, principalmente os universitários. Com a dupla missão de contribuir para a melhoria do ensino médico e de atender à população carente, os hospitais universitários vêm sendo impedidos pelo governo federal de repor pessoal via concurso público, sendo obrigados a optar pelas contratações precárias. Com todo esse imbróglio, os HUs estão sendo “forçados” a aderirem à gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que promove concursos para contratação pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sem estabilidade.
Logo no início, a resistência foi muito grande, sob a alegação principal de perda da autonomia universitária. O discurso oficial sempre foi que a adesão não era obrigatória, mas, na verdade, ela foi imposta, pois quem não adere, não faz concurso. No Estado do Rio de Janeiro, a primeira a sucumbir foi a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), cujo hospital universitário já é administrado pela Ebserh. A segunda pode ser a Universidade Federal Fluminense (UFF), que deve decidir até o fim deste mês o destino do Hospital Universitário Antonio Pedro, em Niterói. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ainda administra diretamente seu hospital, com inúmeras dificuldades.
Em entrevista ao site de concursos Folha Dirigida, o vice-reitor da UFF, Antonio Claudio da Nóbrega, informou os pontos que considera positivos na contratação da Ebserh. Ele fala em expansão, e garante que a gestão será compartilhada, ressaltando que a decisão deve ser tomada urgentemente. Com a carência por novos funcionários, o vice-reitor assume que a preocupação é substituir os funcionários temporários que sairão no início do segundo semestre. A necessidade é em todos os níveis de escolaridade. “O levantamento da nossa necessidade é de cerca de 700 vagas. Esse é o levantamento para expandir leitos. Para contratação imediata, precisamos de 285 pessoas”, afirma.