Nos últimos meses, os principais mercados atacadistas do Brasil têm registrado uma queda nos preços de diversas hortaliças. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), produtos como alface, batata, cenoura e cebola estão mais baratos nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas. Essa tendência de queda nos preços pode ser explicada por diferentes fatores, como a oferta pulverizada, a intensificação da safra de inverno e as condições climáticas. Nesta matéria do Notícias Concursos vamos explorar em detalhes essas quedas de preços e como elas afetam o mercado de vegetais.
Um dos vegetais que registraram uma queda nos preços foi a alface. Embora essa tendência de queda não tenha sido unânime em todos os mercados pesquisados, é possível notar uma diminuição nos valores praticados. O clima influenciou tanto na oferta quanto na demanda desse vegetal. O calor encurtou o ciclo da alface, fazendo com que os produtores precisassem colocar seu produto no mercado mais rapidamente. Ao mesmo tempo, a alta temperatura aumentou a demanda pelo produto. Esses fatores contribuíram para a queda nos preços da alface.
Outro vegetal que apresentou uma diminuição contínua e unânime nas cotações foi a batata. Isso pode ser explicado pela intensificação da safra de inverno em nível nacional. A quantidade de batatas comercializadas nas Ceasas ultrapassou a marca das 100 mil toneladas. Com uma oferta maior, os preços acabaram caindo.
A cenoura também registrou queda na média ponderada dos preços, embora essa redução não tenha sido observada em todos os mercados analisados. A oferta da raiz no atacado foi menor em setembro em comparação com agosto. No entanto, as chuvas e as temperaturas altas registradas no último mês provocaram perda de qualidade do produto, o que influenciou na desvalorização da cenoura e na queda na demanda.
A maior queda na média ponderada dos preços foi registrada na cebola. Mesmo com uma menor quantidade do produto nos mercados em comparação com o mês anterior, os preços caíram. Isso pode ser explicado pela produção pulverizada pelo país, que permite inferir que a oferta se encontra mais próxima aos centros consumidores, com menores custos de logística, posicionando os preços em patamares mais baixos.
Além das hortaliças, algumas frutas também seguiram a tendência de queda de preços. A banana e o mamão registraram uma diminuição nas cotações. No mercado atacadista de banana, a queda nos preços se deve à boa oferta da variedade prata, proveniente tanto do sul quanto do norte de Minas Gerais, que amadureceu aceleradamente devido à elevação das temperaturas. O feriado prolongado de 7 de setembro também contribuiu para a queda na comercialização da banana.
Quanto ao mamão, a maior oferta da variedade papaya, vinda de diferentes regiões produtoras, permitiu uma queda nos preços praticados. Mesmo com o crescimento da demanda a partir da segunda quinzena do último mês devido ao clima mais quente, a oferta foi suficiente para manter os preços em patamares mais baixos.
Ao contrário das hortaliças e frutas mencionadas anteriormente, o tomate não apresentou uma tendência de comportamento uniforme de preços no atacado. Os preços variaram de acordo com as maiores ou menores entradas do fruto durante o mês. As variações de temperatura, que podem atrasar ou acelerar a maturação, explicam essas oscilações nos preços do tomate.
As condições climáticas também tiveram um impacto significativo na demanda por algumas frutas. As temperaturas mais elevadas fizeram com que a procura pela laranja se intensificasse a partir da segunda semana de setembro. Como a oferta estava controlada devido ao alto consumo de laranjas para moagem, os preços subiram na maioria das Ceasas. Já a melancia teve um aumento nas cotações devido ao consumo impulsionado pelo clima mais quente.
No período de janeiro a setembro, as exportações de frutas registraram um aumento tanto em volume quanto em valor. O volume total de frutas exportado foi de 694 mil toneladas, com um valor de US$ 794,8 milhões. As vendas ao mercado externo de mangas, limões e limas, melancias e abacates tiveram um aumento significativo, enquanto as exportações de bananas e mamões diminuíram.
A cada mês, o Boletim Prohort da Conab destaca a atuação de um dos mercados atacadistas analisados. Nesta edição, a seção de Destaques das Ceasas aborda o papel da Conab e das Centrais de Abastecimento no combate à fome, com ênfase nas ações realizadas pelo entreposto de Brasília. A Ceasa/DF implementou o Programa de Inclusão Socioprodutiva Rural – Produzir, que tem como objetivo promover a segurança alimentar e nutricional dos agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais, entre outros grupos. Esse programa oferece incentivos para a comercialização no mercado institucional, como descontos nas taxas cobradas para comercialização na Ceasa/DF.
A queda nos preços das hortaliças e frutas nas Ceasas analisadas pela Conab reflete fatores como oferta pulverizada, intensificação da safra de inverno e condições climáticas. Enquanto produtos como alface, batata, cenoura e cebola ficaram mais baratos, frutas como banana e mamão também registraram uma diminuição nas cotações. Essas variações de preços têm impacto direto no mercado de vegetais, afetando tanto os produtores quanto os consumidores. É fundamental acompanhar essas oscilações para tomar decisões estratégicas no setor agrícola.