O hiato é um dos encontros vocálicos da Língua Portuguesa. A palavra tem origem no termo latim “hiatus”, do qual significa “abertura, fenda”, envolvendo diversos conceitos e aplicações.
De acordo com a linguística, é o encontro de duas vogais na palavra, mas na separação silábica elas ficam separadas.
Exemplos:
| Cu-ri-o-sos | De-mo-cra-ci-a |
| La-go-a | Ma-re-si-a |
| Te-a-tro | Se-ri-a-do |
| Ma-es-tro | Fi-el |
| Ru-í-do | Bu-ro-cra-ci-a |
| Di-a | Ca-í |
| So-ar | Pa-ra-í-ba |
De acordo com a reforma ortográfica não se acentua mais o hiato oo(s) no final das palavras.
Exemplo: voo(s), perdoo, abençoo.
Atenção! No caso das palavras álcool e alcoólico vale ressaltar que são classificadas como proparoxítonas e os vocábulos “oo” não estão no final da palavra.
Acontece quando duas ou mais vogais ou semivogais se encontram na mesma sílaba. Os encontros vocálicos dão origem ao ditongo, tritongo e hiato.
O ditongo é o encontro de uma vogal e uma semivogal ou vice-versa, quando realizada a separação silábica.
Exemplo: Cai (a = vogal, i = semivogal), Mário (i = semivogal, o = vogal).
Os ditongos podem ser divididos em quatro blocos distintos:
Decrescente: quando a vogal vem primeiro que a semivogal. (V+SV)
Exemplos:
| Cai (a = vogal, i = semivogal) | Jau-la (a = vogal, u = semivogal) |
| Deu (e = vogal, u = semivogal) | Bei-jo (e = vogal, i = semivogal) |
| Au-ro-ra (a = vogal, u = semivogal) | Flau-ta (a = vogal, u = semivogal) |
| Noi-te (o = vogal, i = semivogal) | Mau (a = vogal, u = semivogal) |
| Viu (i = vogal, u = semivogal) | Dói (ó = vogal, i = semivogal) |
| Loi-ra (o = vogal, i = semivogal) | Pô-nei (e = vogal, i = semivogal) |
Crescente: quando a semivogal antecede a vogal. (SV+V)
Exemplos:
| Sé-rie (i = semivogal, e = vogal) | Mi-sé-ria (i = semivogal, a = vogal) |
| Co-lé-gio (i = semivogal, o = vogal) | Tran-qui-lo (u = semivogal, i = vogal) |
| Á-gua (u = semivogal, a = vogal) | Fre-quen-te (u = semivogal, e = vogal) |
| Qua-dra (u = semivogal, a = vogal) | O-blí-quo (u = semivogal, o = vogal) |
| Tré-gua (u = semivogal, a = vogal) | Qua-tro (u = semivogal, a = vogal) |
Além disso, o ditongo pode ser:
Tritongo é o encontro de três vogais na mesma sílaba. Pode ser classificado em:
Exemplos:
O tritongo pode ser:
Oral (o ar sai todo pela boca):
Exemplos: Paraguai, averiguei, quais;
Nasal (o ar sai parcialmente pelo nariz):
Exemplos: saguão, enxáguam.
Nos tritongos nasais “uam”, “uem” não se registra graficamente a segunda semivogal. Exemplos: mínguam (minguãu); enxáguem.
Em uma sílaba não pode haver mais de uma vogal, assim como na Língua Portuguesa não há sílabas constituídas apenas de consoantes. Como o tritongo é o encontro de três sons vocálicos na mesma sílaba, então naturalmente só há uma vogal que fica como base da sílaba, as outras duas serão semivogais.
Os alunos costumam confundir as palavras que possuem hiato ou ditongo, pois ambos possuem encontros vocálicos. A diferença é que o hiato é um encontro vocálico que fica em sílabas diferentes, quando é feita a divisão silábica. Já o ditongo é um encontro vocálico que permanece na mesma sílaba quando é feita a separação.
No ditongo acontece apenas um esforço de voz, além disso as vogais mantêm-se na mesma sílaba. Enquanto em um vocábulo com hiato só precisa de uma força de voz.
Atenção! Cuidado com as palavras pequenas terminadas em hiato. Elas podem ser facilmente confundidas com palavras monossilábicas.
Hiato: separa-se em sílabas diferentes.
Exemplo: País (divisão silábica: pa-ís)
Ditongo: permanece na mesma sílaba.
Exemplo: Pais (divisão silábica: pais)
Fonologia é a parte da gramática que estuda a palavra intrinsecamente, considerando-a sob o ponto de vista sonoro. “Fono” significa som e “logia”, estudo. Logo, fonologia é o estudo do som. É a partir da fonologia que vou saber como pronunciar uma palavra, entender o que é uma vogal, o que é uma semivogal, o que é uma consoante, o que forma uma sílaba.
O conhecimento das letras, dos fonemas, das vogais, das semivogais e das consoantes, é primordial para que se conheça bem a estrutura do ditongo, do tritongo, do hiato, e principalmente da acentuação gráfica.
Fonema é a menor unidade sonora capaz de estabelecer distinção entre duas palavras.
Exemplo: O som do primeiro “e” das palavras “sede” (lugar onde se fixa uma empresa) e “sede” (desejo de beber); o som da primeira letra de cada uma das seguintes palavras: “bala”, “fada”, “mala” e “sala”.
São os sons vocálicos mais fortes e que dão base para a existência da sílaba. Ou seja, vogais são fonemas produzidos pela curso de ar que sai espontaneamente pela boca, sem se deparar com nenhuma barreira.
De acordo com a gramática, para que exista sílaba na Língua Portuguesa é preciso ter pelo menos uma vogal.
A, e, i, o, u
O som pode ser aberto (é, ó) ou fechado (ê, ô).
A gramática informa que é considerada semivogal, as vogais i e u (orais ou nasais), quando, juntas a uma vogal, formam uma sílaba. São representadas foneticamente por /y/ e /w/. Assim em rio e riso, o i é vogal, mas em herói e vários, o i é uma semivogal.
Ou seja, semivogal é um fonema que não é pronunciado tão fortemente quando as vogais. As semivogais são faladas ou escritas acompanhando a vogal da sílaba. Por exemplo, o “i” das palavras “herói” (he-rói) e “Mário” (Má-rio), e o “u” das palavras “troféu” (tro-féu) e “quadro” (qua-dro).
Veja mais exemplos:
É tudo aquilo que não for vogal ou semivogal.
b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, y, z
As consoantes são fonemas que não podem ser pronunciados sozinhos. Por isso, se apoiam sempre em uma vogal para formarem sílabas.