A Guerra dos Mascates foi um importante conflito entre as duas principais cidades da capitania de Pernambuco no século XVIII.
O evento é reflexo de diversos acontecimentos de anos anteriores. Dessa maneira, não é de se surpreender que vestibulares e alguns concursos exploram em suas questões muitos tópicos que se relacionam ao evento.
Assim, é fundamental que você domine esse assunto para garantir um bom desempenho em qualquer prova de história do Brasil.
A Guerra dos Mascates foi um conflito que se iniciou no ano de 1709 e conheceu seu fim em 1714. A Guerra ocorreu na capitania de Pernambuco e envolveu dois grupos: os senhores de engenho de Olinda e os comerciantes de Recife, que eram denominados de mascates.
É importante ressaltar que mesmo que grande parte dos comerciantes da cidade de Recife na época fossem portugueses, o movimento nunca foi separatista (esse pode ser um aspecto utilizado como “pegadinha” em provas).
A Guerra dos Mascates não foi uma revolta de caráter popular. Na verdade, podemos afirmar que a Guerra foi um conflito entre duas cidades: Olinda, que possuía o poder político da capitania de Pernambuco, e Recife, que controlava o poder econômico da mesma capitania.
No início do século XVIII, os senhores de engenho enfrentavam grandes problemas econômicos. Isso porque, o açúcar brasileiro enfrentava forte concorrência no mercado internacional desde o fim do século XVII, quando os holandeses foram expulsos do país. A situação forçava os senhores de engenho a vender o produto por preços mais baixos. Porém, ao fazer isso, os senhores contraíam muitas dívidas (e que, muitas vezes, não eram pagas). Enquanto isso, o comércio crescia cada vez mais no Brasil Colônia, tornando os comerciantes (mascates) cada vez mais poderosos na região.
Além disso, Recife e os seus poderosos comerciantes tinham interesse em se tornar independentes politicamente da cidade de Olinda. Porém, para os habitantes de Olinda essa emancipação não era um bom negócio, já que a cidade lucrava com os impostos cobrados sobre o comércio.
Como afirmado anteriormente, a cidade de Olinda declinava e sofria com a baixa exportação de açúcar. E Recife, por sua vez, enriquecia e se tornavam um poderoso centro comercial.
Para agravar a situação de Olinda, no ano de 1709, Recife se torna uma vila autônoma em relação à cidade.
Assim, em 1710, os senhores de engenho de Olinda invadem Recife. Ainda, eles destroem construções da cidade e libertam os presos da penitenciária local.
Os mascates resolvem se vingar: em 1711, eles invadem Olinda e forçam os senhores a fugirem da cidade. Em 1712, por sua vez, Recife torna-se a sede administrativa de Pernambuco, o que enfurece os habitantes de Olinda.
D. João V, rei português, para finalizar o conflito, concede, no ano de 1714, anistia a todos os envolvidos desde que esses prometessem não realizar novas agressões.
A principal consequência do conflito é a independência política da cidade de Recife. Além disso, a cidade é também escolhida como capital de Pernambuco, o que demonstra o apoio da Coroa Portuguesa aos comerciantes.