O Ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar sobre o Auxílio Emergencial. Neste final de semana, ele deu uma entrevista para o jornal O Globo e disse que o Governo pode prorrogar o benefício. No entanto, ele deixou claro que isso só vai acontecer em caso de necessidade.
O Auxílio Emergencial do Governo Federal está previsto inicialmente para pagar quatro parcelas de valores que variam entre R$ 150 e R$ 375. O Planalto terminou os pagamentos da primeira parcela no final do mês de abril. Agora, restam os pagamentos de maio, junho e julho.
De acordo com as informações da PEC Emergencial o Governo tem R$ 44 bilhões para realizar todos os pagamentos. Isso deve ser suficiente para essas quatro parcelas e ainda dá para sobrar algum dinheiro. É por isso que Guedes acredita que vai dar para pagar mais algumas parcelas.
Isso só deve acontecer, no entanto, se a situação da pandemia não melhorar. Como se sabe, o Brasil acabou de atingir a marca de 400 mil mortos e vive neste momento um dos piores períodos desde a chegada da doença em solo nacional. Se isso não melhorar daqui a alguns meses, o Ministro vai dar mais algumas parcelas do Auxílio.
“Isso pode acontecer (a prorrogação da nova rodada do auxílio). Tem recursos separados para isso. O que a gente sabe é que quando ele acabar, ele tem que aterrissar no Bolsa Família mais robusto e permanente. Tem que ser bem financiado”, disse o Ministro na entrevista para o jornal.
Nesta mesma entrevista, o Ministro não falou nada sobre a questão do possível aumento dos valores do Auxílio. Essa, aliás, é uma das principais críticas da oposição ao benefício. Membros de partidos de esquerda estão querendo que o Governo suba esses valores para o patamar de R$ 600.
Esse foi o valor que o Planalto começou a pagar ainda no passado na primeira versão do Auxílio. Apesar de não falar sobre esse assunto na entrevista, Guedes vem afirmando que esses valores atuais representam o teto de pagamentos. Ele argumenta que há uma necessidade de respeitar os cofres públicos.
Em entrevistas recentes, o próprio Presidente Jair Bolsonaro disse que reconhece que os valores do benefício são baixos, mas afirma que esse dinheiro pode ajudar muita gente neste momento. Ele disse que as pessoas precisam usar esse dinheiro como um complemento de renda e não como uma renda completa.
Apesar de reconhecer a possibilidade de prorrogação do Auxílio Emergencial, o foco principal do Ministério da Economia é mesmo o novo Bolsa Família. O objetivo do Governo é que essa nova versão do programa passe a funcionar no próximo mês de agosto.
Como o próprio Guedes costuma dizer, o Bolsa Família acabaria funcionando como uma cama elástica, onde parte dos beneficiários do Auxílio cairiam e se sustentariam depois do fim do benefício. Então como o Auxílio acaba em julho, o novo Bolsa Família deveria estar pronto em agosto.
O novo Bolsa Família, no entanto, não teria capacidade de abarcar todas as pessoas que estão hoje no Auxílio Emergencial. Isso porque o Governo Federal não está disposto a pagar esse dinheiro para essa quantidade de gente. Os valores do novo Bolsa Família, aliás, iriam aumentar.