O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista que vai criar o Bônus de Inclusão Participativa (BIP). De acordo com ele, esse bônus deverá ir para jovens que nem estudam e nem trabalham. As bolsas deverão variar entre R$ 200 e R$ 300.
O Ministro explicou que a ideia do programa é inserir jovens no mercado de trabalho. Então por essa lógica, a pessoa entraria em um programa de treinamento de uma empresa e automaticamente passaria a receber essa bolsa do Governo Federal. Seria portanto como uma espécie de bônus por estar produzindo alguma coisa.
Isso não valeria, no entanto, para qualquer empresa. O Governo é que listaria quais entrariam no projeto em questão. De acordo com o jornal O Globo, uma dessas empresas seria a Microsoft. A gigante de tecnologia teria oferecido cerca de cinco milhões de cursos.
“Da mesma forma que você dá R$ 200 para uma pessoa que está inabilitada para receber o Bolsa Família, por que não pode dar R$ 200 ou R$ 300 para um jovem nem-nem? Ele nem é estudante nem tem emprego. É um dos invisíveis. Por que eu não posso dar R$ 200 ou R$ 300? Estou pagando para uma empresa treiná-lo. Eu vou dar R$ 300”, disse Guedes.
O Ministro explicou que ainda não há uma data para o início desse projeto em questão. No entanto, analistas afirmam que os jovens que possuem interesse no projeto devem atualizar os cadastros no Cadúnico. Isso porque há uma chance de o Governo usar essa base de dados para selecionar os beneficiários.
Mesmo com essas novas declarações de Guedes sobre o BPC, o fato é que ainda faltam muitas informações sobre o projeto em questão. Ainda não dá para saber, por exemplo, de onde o Governo vai tirar o dinheiro para pagar esses bônus para esses jovens.
O próprio Governo Federal vem afirmando que não tem mais espaço financeiro para pagar por novos projetos sociais neste momento. No entanto, Paulo Guedes segue confiante de que vai aprovar essa ideia ainda este ano. O Presidente Jair Bolsonaro ainda não falou publicamente sobre esse tema, mas o Ministro garante que tudo está se encaminhando.
“Então você é um jovem, de uma família pobre, sem recursos, e ao mesmo tempo não está estudando nem trabalhando. Então, toma aqui R$ 300. Agora, vai ter que bater ponto e ser treinado para ser servente de pedreiro, mecânico. É uma oportunidade”, disse Guedes.
O projeto em questão também é alvo de algumas críticas da oposição. Alguns Deputados estão dizendo que o programa é perigoso porque algumas empresas poderiam usar isso como uma mão de obra barata. Guedes disse na entrevista para O Globo que essas empresas que participariam do projeto não precisariam pagar nada para o Governo.
Ainda nesta entrevista, Paulo Guedes disse que pode prorrogar o novo Auxílio Emergencial. Ele ainda não cravou essa informação, mas deixou claro que a possibilidade existe. Entre outras coisas, ele falou que o Governo tem o dinheiro sobrando para fazer novos pagamentos.
“Isso pode acontecer (a prorrogação do auxílio). Tem recursos já separados para isso. O que a gente sabe é que quando ele acabar, ele tem que aterrissar no Bolsa Família mais robusto e permanente. Tem que ser bem financiado”, disse ele.