O ministro da economia, Paulo Guedes, admitiu que o Brasil pode ter uma desaceleração na economia no ano que vem. Mesmo assim ele disse que a economia está indo no caminho certo. As informações são da Agência Brasil.
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“A Faria Lima e os banqueiros estão prevendo um crescimento menor. É natural. No ângulo de visão de financistas, é claro que vai haver uma desaceleração forte, porque os juros estão subindo. A inflação subiu, de novo estamos fazendo a coisa certa. O importante não é a previsão. O importante é fazer a coisa certa. O resultado será o melhor possível. Quando previram que o Brasil ia cair 10 [%], eu apenas descredenciei a previsão de 10. Eu não disse quanto ia cair. Aí surgiu uma guerra de fatos. Eu acreditava em recuperação em V. Não disse em quanto tempo e aconteceu até mais rápido do que eu esperava. Em compensação, veio acompanhada do componente inflacionário”, relatou durante o evento Encontro Anual da Indústria Química.
Neste cenário, Guedes também falou sobre o PIB, mas sem fazer previsões especificas. “Eu não estou prevendo quanto vai ser o crescimento do ano que vem. Eu estou tentando de novo colocar um certo ceticismo nessas previsões, que foram de queda de 10%, de depressão, de desemprego em massa. Estou tentando justamente inspirar uma volta à normalidade da economia brasileira e até transcender esse estado, questionando essas previsões do PIB e de crescimento zero. É verdade que a subida de juros para combater a inflação desacelera o crescimento, mas também é verdade que uma taxa de investimento de 20% do PIB é um sinal de bom crescimento à frente”, completou Guedes.
Com o pagamento do Auxílio Brasil este ano, quase último ano do mandato, o mercado não vê problema no Auxílio Brasil, mas tem receio que ele seja uma “abertura para um espaço de gastos perigoso para o perfil do Brasil”, comentou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
“O mercado sempre via nele (Guedes) o defensor da premissa fiscal dentro do governo, que brigava por isso e, de repente, o expediente caiu”, disse Vieira ao Correio Braziliense. “A expectativa era de que ele seria o dono da chave do cofre, mas o mercado perdeu a confiança nele”, completou