Direitos do Trabalhador

Guedes diz que servidores públicos são como militantes políticos

Em audiência no Congresso, o Ministro da Economia defendeu a Reforma Administrativa e voltou a falar sobre os servidores públicos

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar sobre a Reforma Administrativa nesta terça-feira (11). Em uma audiência no Congresso, ele comparou os servidores públicos com militantes políticos e disse que o Governo não vai compactuar com esse tipo de postura dos trabalhadores.

“Poderíamos, assim como outros governos, estar abrindo concursos públicos. Poderíamos colocar gente para dentro, para aparelharmos o Estado e termos bastante militantes trabalhando para nós no futuro. Não estamos pensando assim, estamos pensando nas gerações futuras”, disse o Ministro.

Na verdade, o Ministro estava tentando defender a aprovação do texto da Reforma Administrativa pelos deputados. É que essa reforma acaba com a questão da estabilidade para os novos servidores. Os que estão no cargo, não sofrerão com essas mudanças. Só os novos.

Além de traçar impasses para a questão da estabilidade, a Reforma pretende acabar com outras questões como as promoções automáticas para esses trabalhadores. O Governo Federal vem afirmando que tudo isso é uma questão de privilégio, e que deve fazer esses cortes. E diz isso mesmo com as críticas.

O argumento do Governo Federal para realizar esses cortes segue sendo a questão da economia com a máquina pública. De acordo com o Ministro Paulo Guedes, o Brasil gasta muito todos os anos com o funcionalismo público. Ele disse ainda que a Reforma Trabalhista tende a mudar esse cenário.

Críticas

Apesar desses argumentos, é fato que muitos trabalhadores pretendem fazer pressão contra a aprovação dessa Reforma no Congresso. Vários deles, aliás, começaram a fazer movimentações de rua contra o que eles chamam de “cortes de direitos”.

Esses empregados dizem que o corte da estabilidade vai tirar a segurança do trabalhador. Além disso, eles afirmam que a Reforma estaria colocando muito poder nas mãos dos empregadores. Por fim, eles criticam o fato de a projeto só mirar em alguns grupos de trabalhadores e em outros não.

De acordo com o texto do projeto, a Reforma não vai atingir alguns grupos como: magistrados, parlamentares, militares e membros do Ministério Público. Essas categorias, aliás, são as que costumam concentrar os maiores salários do funcionalismo público no Brasil.

Reforma para os servidores

Em entrevista nesta segunda-feira (10), o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) falou sobre a Reforma. Entre outras coisas, ele disse que vai acelerar o processo de aprovação do texto no Congresso. Aliás, ele prometeu que vai aprovar a pauta até o próximo mês de junho.

Ele disse ainda que não tem nenhuma pretensão de se tornar o pai da aprovação da Reforma. De acordo com ele, não faz nenhuma diferença se essa análise começar na Câmara ou no Senado. Ele disse apenas que o seu objetivo é ajudar a aprovar o texto.

Tanto Lira como o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), venceram as eleições para as presidências das casas com um discurso de apoio aos projetos de reformas. Aliás, o próprio Presidente Jair Bolsonaro, que apoiou a eleição dos dois, também é favorável ao texto.