O Ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar nesta terça-feira (28) sobre auxílios para a população. De acordo com o chefe da pasta econômica, o Governo Federal não pode se descontrolar para pagar vários programas sociais. Segundo ele, isso poderia fazer o próprio Presidente Jair Bolsonaro perder a reeleição.
“As eleições vêm aí, e as pessoas ficam alucinadas em véspera de eleição. Todo mundo fica nervoso, todo mundo quer ganhar voto, todo mundo quer gastar dinheiro, e isso pode ser caminho para uma derrota eleitoral”, disse o Ministro sem citar nominalmente o Presidente Jair Bolsonaro.
A opinião de Guedes é basicamente o contrário do que a maioria das pessoas estão achando dentro do Palácio do Planalto neste momento. De acordo com membros do grupo político conhecido como Centrão, Bolsonaro precisa gastar mais. A ideia é pagar muitos projetos com valores altos justamente mirando a eleição.
A declaração de Guedes também joga por terra a ideia de que o Governo não estaria preocupado com as eleições. Membros do Planalto estavam dizendo publicamente que o objetivo do Presidente Bolsonaro não era eleitoreiro e sim puramente uma preocupação com os mais vulneráveis.
Apesar de falar sobre o controle nos gastos, Guedes voltou a afirmar que o Governo precisa de um novo programa social. Tem uma certa incerteza que precisa ser removida. Precisamos de um Bolsa Família em torno dos R$ 300, e nós temos que fazer isso, de novo, com responsabilidade fiscal”, completou ele durante declaração.
A ideia do Governo Federal é aumentar o tamanho do Bolsa Família. Eles querem começar os pagamentos dessa nova fase do benefício no próximo mês de novembro. Para este ano, o aumento do imposto do IOF vai ser suficiente para bancar o programa.
O problema mesmo está no próximo ano. De acordo com as informações de bastidores, o Governo ainda precisa aprovar uma série de projetos no Congresso Nacional para conseguir abrir espaço no orçamento de 2022.
A proposta de Reforma do Imposto de Renda, por exemplo, só deve ser analisada no final de outubro, no Senado Federal. Já na Câmara, os textos que ainda precisam de aprovação são a PEC dos precatórios e a Medida Provisória (MP) do próprio Auxílio.
A tendência natural é que o valor médio do novo Bolsa Família seja de R$ 300. Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, ele é de R$ 189. Seria portanto um aumento para além da inflação.
Só que de acordo com informações de bastidores, membros do Governo ainda estão tentando convencer Bolsonaro a aumentar o valor do benefício para uma média de R$ 400 por mês. A ideia é justamente pensar nas eleições.
Qualquer que seja a decisão final, o fato é que já se sabe que o novo Bolsa Família não vai conseguir atender todo mundo que realmente precisa do dinheiro. O próprio Ministro da Cidadania, João Roma, admitiu que cerca de 25 milhões de pessoas que hoje recebem algum auxílio do Governo ficarão sem nada a partir de novembro.