A greve dos pilotos, copilotos e comissários de voo entrou para o quarto dia no Brasil. Nesta quinta-feira (22), há registros de atrasos e cancelamentos em uma série de aeroportos. Este movimento de paralisação está acontecendo desde a última segunda-feira (19) sempre das 6h até às 8h.
Desde o início da paralisação, membros que representam os trabalhadores e representantes das companhias aéreas estão participando de uma série de reuniões. Contudo, ao menos até aqui não há indicação de um acordo, o que significa dizer que não há uma previsão para o final das paralisações.
De uma maneira geral, os trabalhadores estão pedindo por melhorias nas condições de trabalho e também por um reajuste salarial. Sindicatos que representam a categoria dizem que se estes dois pedidos não forem atendidos pelas companhias, eles seguirão cruzando os braços diariamente sempre das 6h até às 8h em diversos aeroportos do país.
Como chegamos a mais um dia sem acordo, a situação começa a preocupar cada vez mais por causa da chegada do natal. Nos próximos dias, aeroportos de todo o país deverão voltar a registrar uma demanda alta já que diversas pessoas querem viajar para passar as festas de final do ano junto da família e de amigos. Há uma preocupação com os atrasos de diversos voos.
Já na manhã desta quinta-feira (22), os atrasos aconteceram em alguns aeroportos. Veja abaixo:
Já o número de voos cancelados foi notadamente menor do que o registrado em dias anteriores nesta greve.
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) vem dizendo que o reajuste salarial precisa acontecer tendo em vista os recentes aumentos nas passagens aéreas. A avaliação deles é de que as empresas estão tendo um grande aumento nos lucros e não estão repassando parte deste bolo para os trabalhadores.
Além disso, o sindicato segue afirmando que não vai parar de realizar a movimentação diária mesmo durante os dias de natal, onde naturalmente mais pessoas precisam viajar.
Nesta semana, a União de Sindicatos e Associações de Pilotos da Latam Airlines (USAPLA), uma organização internacional, manifestou apoio ao movimento grevista e disse que os pilotos estariam corretos em seguir com as paralisações.
“Durante todo esse período, os pilotos brasileiros permaneceram firmes e unidos contra todas as as ameaças que foram apresentadas, e todas as propostas feitas pela empresa foram negadas, com ampla participação dos parceiros”, diz a nota.
“Nossos colegas no Brasil, assim como os demais pilotos da Latam Holding, têm continuamente tentando negociar um reajuste salarial para compensar a inflação abissal enquanto continuam a operar em condições que continuam a se deteriorar”, completa o texto.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) vem dizendo que está se esforçando para tentar resolver o problema da melhor maneira possível. Seja como for, eles dizem também que os trabalhadores não estariam colaborando com o estabelecimento de um acordo.
“O SNEA enfatiza que as empresas aéreas têm colaborado com a negociação e buscado soluções para garantir o pleno atendimento de todos os seus clientes, especialmente neste período de alta temporada”, conclui a nota.