Com a atual situação econômica do Brasil, grandes empresas estão enfrentando fortes crises. Muitas, inclusive, estão vindo à falência, o que é o caso da terceira maior cervejaria do Brasil, que declarou a sua falência e causou grande repercussão.
A empresa em questão é a Cervejaria Petrópolis, dona das marcas Itaipava, Crystal e Petra. Com isso, a empresa pediu recuperação judicial, sendo que suas dívidas somam R$ 4 bilhões.
Além disso, há alguns dias, a 5ª Vara Empresarial da Justiça do Rio de Janeiro concedeu à Cervejaria Petrópolis uma tutela cautelar de urgência. Essa tutela determinou a liberação de recursos da empresa por alguns bancos, como Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa.
Nesse sentido, de acordo com informações apuradas, este valor que será liberado pelos bancos é algo em torno de R$ 383 milhões, sendo que R$ 215,77 milhões estão no banco Santander.
Em nota enviada para a Justiça, a Cervejaria Petrópolis falou sobre o vencimento de uma parcela de R$ 105 milhões referente a uma operação financeira. Sendo assim, esta operação poderia gerar o vencimento antecipado de toda a dívida da empresa. Isso iria comprometer o caixa e as operações do grupo de maneira instantânea.
Conforme nota da Cervejaria Petrópolis: “Este pedido de recuperação judicial está sendo ajuizado em regime de urgência, para evitar os gravosos e nefastos efeitos que o vencimento de parcela “bullet”, no valor de R$ 105 milhões, decorrente da operação em anexo”.
Com relação à parcela, o seu vencimento ocorreria no dia 27 de março deste ano, no dia em que foi enviada a nota à Justiça. Sendo assim, o não pagamento desta parcela provocaria o vencimento antecipado das outras operações existentes com a casa bancária.
Segundo a petição apresentada pelos advogados da empresa à Justiça do Rio, a inadimplência desta parcela resultaria “na pronta liquidação dos recursos travados na conta vinculada e tentativa de apropriação dos recebíveis do Grupo Petrópolis que irá o ingressar na referida conta nas próximas semanas”.
Além disso, de acordo com a Cervejaria Petrópolis, o aumento dos juros básicos da economia do Brasil também vem gerando um impacto no grupo. Nesse sentido, o impacto é de aproximadamente R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa da empresa.
A Justiça do Rio de Janeiro aprovou no dia 13 de abril o pedido de recuperação judicial apresentado pela Cervejaria Petrópolis no final de março. Sendo assim, a decisão foi emitida pela juíza Elisabete Longobard, com a empresa sendo defendida pelo escritório Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados.
De acordo com a Petrópolis, a “redução do volume de vendas, da receita e das margens veio acompanhada do aumento incessante da taxa Selic, que gera um impacto de aproximadamente R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa”. A taxa Selic são os juros básicos da economia brasileira, citado anteriormente no texto.
Por fim, a juíza na decisão determinou a suspensão de todas as ações ou execuções contra as requerentes. Além disso, a juíza também estabeleceu um prazo de 60 dias para que a Cervejaria Petrópolis apresente um plano de recuperação.