Hoje, quinta-feira, 23, o presidente Jair Bolsonaro revelou que o anúncio da antecipação da segunda parcela do auxílio emergencial foi feita sem sua autorização.
O anúncio da antecipação havia sido feito, na segunda-feira, 20, em uma coletiva no Palácio do Planalto. Entre os participantes estavam o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. Na quarta-feira, o Ministério da Cidadania informou que não haverá antecipação, devido à falta de recursos.
Porém, Bolsonaro afirmou que a antecipação não foi realmente cancelada. Ele respondia ao comentário de uma cidadã, que afirmou que o governo havia “cancelado” o auxílio e questionava o presidente sobre como o povo iria “sobreviver”.
O presidente respondeu ao comentário dizendo que “nada foi cancelado” e que “um ministro anunciou sem estar autorizado que iria antecipar a segunda parcela”.
“Primeiro se deve pagar a todos a primeira parcela, depois o dinheiro depende de crédito suplementar já que ultrapassou em quase 10 milhões o número de requerentes. Tudo será pago no planejado pela Caixa”, disse Bolsonaro na rede social.
Segundo nota divulgada pelo Ministério da Cidadania na quarta-feira, as três parcelas do auxílio vão exigir um desembolso de R$ 32,7 bilhões cada uma e que já foram transferidos para a Caixa R$ 31,3 bilhões.
O cronograma de pagamento da segunda parcela, previsto para começar nesta quinta-feira até quarta-feira que vem, dia 29, só será anunciado em maio, de acordo com a nota.
Um total de 12 milhões de trabalhadores ainda não receberam a primeira parcela. O cronograma de pagamento da segunda parcela, previsto para começar nesta quinta-feira até quarta-feira que vem, dia 29, só será anunciado em maio, de acordo com a nota. O Ministério menciona também que foi alertado pela Controladoria Geral da União (CGU) sobre a questão orçamentária.
De acordo com balanço da Caixa, até as 7h de hoje, quinta-feira, 23, foram finalizados 45,9 milhões de cadastros no aplicativo e site por trabalhadores que não estão inscritos no Cadastro Único do governo e solicitam o auxílio.
Ontem, quarta-feira, 22, o Ministério da Cidadania divulgou uma nota na qual informou que o governo não irá mais antecipar o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600.
O pagamento da segunda parcela do auxílio estava previsto para começar no dia 27 de abril, porém, na última segunda, 20, a Caixa Federal organizou uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto para anunciar a antecipação para esta quinta, 23.
No entanto, de acordo com o Ministério da Cidadania, muitas pessoas nem receberam a primeira parcela ainda, e por isso, seria necessária a abertura de crédito suplementar para garantir a antecipação da segunda parcela, além do pagamento da primeira.
“Por fatores legais e orçamentários, pelo alto número de requerentes que ainda estão em análise, estamos impedidos legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio-emergencial”, informou o governo federal.
O Ministério da Cidadania não informou ainda a data oficial do pagamento da segunda parcela.
De acordo com a pasta, foi pedido ao Ministério da Economia que faça a “previsão para uma suplementação orçamentaria o mais rápido possível”.
De acordo com a Caixa, 31,3 milhões de brasileiros já receberam a primeira parcela do auxílio, totalizando R$ 22 bilhões entregues.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ao anunciar a antecipação, disse que a medida seria possível porque a capacidade de pagamento supera o número de dados fornecidos pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), responsável por analisar as informações dadas pelos cidadãos.
Na nota desta quarta-feira, o Ministério da Cidadania informou que a Dataprev processou até agora 32 milhões de cadastros, sendo que 7 milhões ainda estão em avaliação, o que só deve ser concluído na sexta-feira (24).