O programa de barateamento dos carros populares do Governo Federal deverá ser esticado por mais alguns dias. O Palácio do Planalto ainda não confirma a informação oficialmente, mas a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já vazou para alguns veículos de imprensa. Ele deverá inserir mais R$ 300 milhões ao projeto em questão.
Inicialmente o plano do Governo Federal era fazer com que o programa de barateamento dos carros populares tivesse duração de apenas quatro meses, ou até o momento em que todo o dinheiro destinado chegasse ao fim. Para os descontos dos chamados veículos leves, o Ministério da Fazenda liberou R$ 500 milhões.
As atualizações mais recentes davam conta de que mais de 80% deste montante já tinha sido usado em menos quatro meses de programa. Neste ritmo atual, a expectativa do mercado era de que os descontos chegassem ao fim antes do final deste semana. Com o novo aporte de R$ 300 milhões, o projeto de barateamento dos carros populares ganha uma sobrevida.
Segundo apurações de jornais como Folha de São Paulo e Metrópoles, o Ministério da Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) já teriam acertado que deverão publicar uma nova Medida Provisória nos próximos dias para confirmar o novo aporte de R$ 300 milhões. A data exata da liberação, no entanto, ainda não foi definida.
A decisão final teria sido tomada pelo presidente Lula, em reunião realizada com a presença do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ainda na terça-feira (27). Eles avaliaram que o programa teria sido um sucesso e que o Governo Federal precisaria aplicar mais dinheiro para que ele durasse mais alguns dias, ao menos.
O desejo de prorrogar o programa de barateamento dos carros populares já estava sendo sinalizado por Lula nos últimos dias. Em uma reunião recente, ele teria dito que seria necessário aumentar o programa para atender mais pessoas por mais tempo. Contudo, membros do Palácio do Planalto disseram publicamente que se tratava apenas de uma brincadeira do presidente.
“Não é plano do governo. É admirável a energia (do presidente). Ele fez uma brincadeira quando foi feito relato por Alckmin de que programa estava tendo sucesso, ele fez uma brincadeira, não está no planejamento do governo”, disse o Ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) ao ser questionado sobre a declaração de Lula.
“Apesar desse absoluto sucesso demonstrar para todo o país que se nós dermos condição de crédito, se baixarmos custos financeiros, vai haver consumo nesse país, a indústria vai voltar a produzir, o varejo vai vender. Com um pequeno estímulo como esse já é um resultado muito expressivo no comércio”, completou o Ministro na ocasião.
Quem também estava se posicionando contra uma prorrogação do programa era o Ministro Fernando Haddad. Em entrevistas recentes, ele disse em mais de uma ocasião que o Governo Federal não teria nenhum espaço para aumentar o tamanho do programa de barateamento do carro popular.
Caso as informações de veículos de imprensa se confirmem, e o Governo Federal aplique mais R$ 300 milhões no programa, o impacto da mudança seria apenas no tempo de duração. Do ponto de vista dos descontos, o formato seguiria o mesmo. Os abatimentos seguiriam sendo de R$ 2 mil até R$ 8 mil.
Nada impede que as montadoras sigam oferecendo os descontos extras, assim como ocorreu na primeira rodada da liberação do programa. Alguns modelos chegaram a ser oferecidos com R$ 10 mil de desconto para os consumidores brasileiros.
As montadoras ainda não se pronunciaram sobre a possível prorrogação. Várias delas estavam pedindo mais recursos para que o programa seguisse por mais tempo.