O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um recurso criado como uma forma de auxílio aos trabalhadores após o término de seus contratos de trabalho. Atualmente, o Governo possibilita o saque do FGTS em algumas situações específicas, como o saque-aniversário e o saque para compra de imóveis.
No entanto, o Ministério do Trabalho elaborou uma minuta com o objetivo de incentivar os brasileiros a desistirem do saque do FGTS. Vamos entender melhor essa proposta.
A minuta do Ministério do Trabalho sugere a criação de uma possibilidade para que o trabalhador escolha sacar o valor depositado no fundo apenas em caso de demissão. Dessa forma, ele seria desligado do saque-aniversário e não poderia mais retornar a essa modalidade de saque.
A justificativa é que o FGTS foi criado como uma forma de socorrer o trabalhador que se vê sem renda após ser demitido, e a finalidade do fundo se perde com a possibilidade de saque no mês do aniversário.
“É uma sacanagem. O cara é demitido e não pode sacar o saldo do FGTS. Vamos mandar um projeto de lei corrigindo essa distorção. O fundo é de quem? Não é do trabalhador? Deve ser usado como socorro em caso de desemprego”, afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
A ideia não é acabar com o saque-aniversário, mas sim criar estímulos para que os brasileiros escolham não aderir a ele.
O tema ainda deve gerar muitos debates, e há posicionamentos divergentes em relação à proposta do Ministério do Trabalho. Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP, já sinalizou que vai se opor às mudanças.
“Acabar com o direito do saque-aniversário do FGTS é impedir o trabalhador, que ganhou aquele dinheiro com muito suor, de decidir como e quando gastá-lo. A medida criada pelo governo Bolsonaro dava ao dono do recurso a possibilidade de, em um momento de dificuldade financeira, sacar, no mês do seu aniversário, parte do fundo de garantia e se livrar de dívidas. Isso é liberdade!
Um dos princípios básicos da direita que faz do cidadão dono de si e do seu próprio dinheiro. Agora, com o governo do presidente da democracia relativa, sabe como é, né? O Estado pode tudo, inclusive decidir quando e como você deve gastar o seu dinheiro.
Vou defender que nós, Progressistas, impeçamos mais esse absurdo e estejamos unidos em defesa da liberdade de escolha do trabalhador acima de tudo”, escreveu ele em uma rede social.
Atualmente, o saque-aniversário conta com um alto número de adesões. No início deste ano, cerca de 28 milhões de trabalhadores estavam nessa modalidade.
Ademais, a proposta do Ministério do Trabalho de incentivar os brasileiros a desistirem do saque do FGTS ainda está em discussão e deve gerar muitos debates. Enquanto alguns defendem a liberdade de escolha do trabalhador em relação ao uso do seu próprio dinheiro, outros argumentam que o FGTS deve ser utilizado como um recurso de socorro em casos de desemprego.
O desfecho dessa discussão ainda está por vir, mas é importante que os trabalhadores estejam atentos às mudanças e se informem sobre as opções disponíveis para o saque do FGTS.