O Governo Federal apresentou recentemente, um pacote de medidas fiscais com o objetivo de estimular a produção dos carros populares através de descontos tributários. No entanto, mesmo com o benefício dado às montadoras de veículos que atuam no mercado nacional, muitas delas decidiram reduzir sua produção.
Todavia, é o caso das montadoras Volkswagen e General Motors (GM). As duas montadoras de veículos buscaram reduzir e até parar a sua fabricação de automóveis em todo o território nacional. Esse fato se deu, após o presidente Lula (PT), instituir suas medidas de incentivo à indústria automobilística no país.
Vale ressaltar que a Volkswagen, por exemplo, parou as atividades em três de suas fábricas, em José dos Pinhais (PR), São Bernardo do Campo (SP) e Taubaté (SP). A empresa fez o anúncio dessa medida na última terça-feira (27/06). Uma das maiores montadoras do país, ela afirmou que o mercado de carros está estagnado.
No mesmo dia, metalúrgicos que trabalham na unidade de São José dos Campos (SP), da GM, aprovaram uma suspensão por um período determinado de tempo, dos contratos de trabalho de 1.200 funcionários da fábrica da empresa no município. Deve-se observar que é um terço do total de trabalhadores na unidade da empresa.
Essa suspensão na unidade de São José dos Campos da GM é chamada de Lay-off. Foi um pedido da empresa, com o objetivo de suspender um turno da unidade e dessa forma, reduzir a sua produção de veículos. Esses dois casos, em que as montadoras pararam, se deram durante as medidas do Governo federal.
O pacote de medidas do Presidente Lula, estipula descontos de até R$8 mil em subsídios, estimulando a produção de carros populares e a negociação destes veículos zero quilômetros. A assinatura da Medida Provisória para o pacote tributário e descontos de impostos foi no dia 5/06, há cerca de um mês.
O programa do Governo Federal procurou oferecer às montadoras de veículos, subsídios para as vendas de seus carros populares. Foram, ao todo, cerca de R$500 milhões em descontos destinados aos automóveis. R$700 milhões foram para a produção de caminhões e ônibus, e R$300 milhões para vans.
Em síntese, o Governo Federal diz que seu programa de descontos para as montadoras de veículos que atuam no país foi um sucesso. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), informou que mais de 80% dos subsídios dados à indústria, acabaram 15 dias após a medida do governo.
Esse dado demonstra que o pacote de medidas do Governo Federal para as montadoras de veículos fez com que o mercado de carros populares se aquecesse, aumentando exponencialmente as vendas dos veículos zero quilômetros no país. Os descontos dos impostos dados à indústria tiveram resultados expressivos.
Aliás, o Governo Federal deverá prorrogar seu programa de estímulos, oferecendo novos subsídios para a aquisição de carros populares. O Mdic também afirmou que o objetivo do programa de incentivos foi de preservar 1,2 milhões de postos de trabalho relacionados à montadoras de veículos e sua cadeia de produção.
De acordo com o Mdic, “o governo trabalha pela melhoria do ambiente de negócios, pela redução da taxa de juros, pela aprovação da reforma tributária e pela criação de uma nova política industrial, entre outras medidas estruturais que visam promover o crescimento econômico, aumentando a renda da população”.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa os funcionários da Volkswagen, diz que a indústria automobilística do país não irá se recuperar enquanto a taxa de juros básica da economia (Selic), não for reduzida. Atualmente ela está em 13,75%, comprometendo a economia e reduzindo o consumo.
Dessa forma, é preciso dizer que essa é a maior taxa de juros anual do mundo. Com a Selic alta, o financiamento de um carro popular fica mais caro, o que faz com que haja uma redução na compra desses veículos e que as montadoras tenham prejuízo. Por essa razão, muitas delas acabaram paralisando a sua produção.
Em conclusão, as montadoras dizem que por mais que o Governo Federal tente incentivar a indústria automobilística, as taxas de juros são impraticáveis. Para elas, os descontos tributários oferecidos não ajudam nos negócios. O Sindicato do Metalúrgicos, afirma que o nível salarial é baixo e que há uma insegurança na manutenção dos empregos.