O Governo Federal anunciou uma notícia importante para os beneficiários do programa Bolsa Família. A decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou a contratação de empréstimos consignados por beneficiários de programas sociais, não se aplicará a este grupo. A decisão governamental busca evitar o endividamento da população em situação de vulnerabilidade.
Na segunda-feira, 11 de setembro, o STF validou por unanimidade a legislação que permite a contratação de empréstimos consignados por beneficiários de programas sociais. O empréstimo consignado é um tipo de empréstimo em que a prestação é descontada diretamente do pagamento ou, neste caso, do valor do benefício recebido.
Apesar da decisão do STF, a lei que recriou o Bolsa Família em substituição ao Auxílio Brasil em março já veda essa hipótese. Essa norma continua válida e, por isso, a proibição de contratação de empréstimos consignados pelos beneficiários do programa persiste.
A decisão do Governo Federal em manter a proibição da contratação de empréstimos consignados pelos beneficiários do Bolsa Família tem como objetivo evitar o endividamento da população em situação de vulnerabilidade. Segundo o Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, o Bolsa Família não constitui salário, é apenas um programa de transferência de renda para apoiar as famílias em situação de vulnerabilidade social.
“Atendemos famílias abaixo da linha da pobreza. Se você comprometer um valor mensal do Bolsa Família com pagamento de prestação, pode comprometer o principal objetivo do programa, que é alimentação”, afirmou o ministro Wellington Dias, por meio de nota.
Na corrida eleitoral de agosto de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou uma lei que permitia a contratação de empréstimo consignado por beneficiários de programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Esta lei, criada a partir de uma medida provisória editada pelo governo e aprovada pelo Congresso Nacional, permitiu que os beneficiários desses programas autorizassem a União a descontar dos repasses mensais os valores referentes ao pagamento de empréstimos e financiamentos. O texto aprovado por deputados e senadores definiu um limite de até 40% do valor recebido pelo programa assistencial para pagar consignados.
No entanto, a aprovação da MP foi criticada por especialistas na época. Eles acreditavam que a liberação dos consignados para quem recebe o Auxílio Brasil, por exemplo, poderia estimular o endividamento ainda maior da população mais vulnerável.
Em outubro de 2022, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou, em parecer técnico, que o empréstimo consignado do Auxílio Brasil fosse suspenso. A recomendação estava relacionada ao possível uso do consignado do benefício para “interferir politicamente nas eleições presidenciais”.
No início deste ano, já com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossado, a Caixa Econômica Federal suspendeu a concessão de novos empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil. O banco estatal informou que a linha de crédito passaria por uma revisão completa de parâmetros e critérios.
Em março, com a sanção da lei que substituiu o Auxílio Brasil pelo Bolsa Família, a contratação de empréstimo consignado pelos beneficiários ficou proibida. Essa medida visa proteger a população em situação de vulnerabilidade e garantir que o objetivo principal do programa, que é a alimentação, não seja comprometido.
A notícia da manutenção da proibição de contratação de empréstimos consignados pelos beneficiários do Bolsa Família é uma medida de proteção à população em situação de vulnerabilidade. Embora a decisão possa desapontar alguns, é importante lembrar que o objetivo principal do programa é fornecer apoio às famílias em situação de vulnerabilidade social e garantir que elas tenham acesso à alimentação.