A equipe econômica do governo brasileiro está cogitando aumentar o limite de isenção do Imposto de Renda (IR) até R$ 3 mil. O objetivo é que seja criada uma nova faixa de contribuição para quem recebe salário maior. De acordo com Guilherme Afif Domingos, assessor especial do Ministério da Economia, a compensação seria feita com a criação de um novo imposto em cima de pagamentos digitais.
Esse plano deve ser detalhado na próxima etapa da reforma tributária que o governo entregará ao Congresso. Semana passada, a primeira parte da reforma tributária foi mostrada. Nela, o governo falou sobre a unificação do PIS e Cofins.
Atualmente, a isenção do Imposto de Renda vale para quem ganha até R$ 1.903,98. Ao aumentar esse limite, o governo arrecadaria menos. Por isso, o governo estuda também uma tributação extra para os mais ricos. “Se eu aumento a isenção, tenho que dar a contrapartida de baixar a alíquota e de criar uma alíquota nas faixas superiores, para não impactar muito a classe média”, afirmou Afif ao jornal O Globo.
Também de acordo com Afif, apesar das contas ainda não terem sido fechadas, a compensação poderia ser feita com a criação do tributo digital, com alíquota de 0,2%. O novo imposto seria responsável por bancar redução de 25% da contribuição previdenciária de 20% dos empregadores. Dessa forma, o imposto seria de 15%.
No caso do salário mínimo, haveria a possibilidade de desonerar os contratos, deixando empregadores livres do imposto de 20%. Com isso, já que o salário mínimo atualmente é de R$ 1.045, as empresas poupariam R$ 209 por trabalhador.