Há cerca de 45 dias, o Ministro da Cidadania, João Roma, fez um alerta. Ele disse que com o fim do Auxílio Emergencial em outubro e a manutenção apenas do novo Bolsa Família, muita gente ia acabar ficando de fora de programas sociais. Ele até deu um número. Disse que seriam algo em torno de 25 milhões de pessoas.
Nesta mesma declaração, Roma disse que esses brasileiros poderiam ficar tranquilos. De acordo com ele, o Governo já estava trabalhando naquela época em algum projeto para atender esses cidadãos. Ele não explicou se seria alguma ajuda em dinheiro ou não. Apenas deixou a informação no ar.
Dois dias depois do fim dos repasses do Auxílio Emergencial, ainda não dá para saber o que vai acontecer de fato. E aí é importante frisar que é impossível saber se o Governo Federal ainda não definiu o que vai fazer ou se eles já concluíram que não irão fazer nada para ajudar essas pessoas.
De acordo com informações do próprio Presidente Jair Bolsonaro, a ideia do Governo é aumentar a quantidade de usuários do Bolsa Família dos atuais 14,6 milhões para algo em torno de 17 milhões. Além disso, o valor médio do benefício, que hoje é de R$ 189, vai passar a ser um mínimo de R$ 400.
Só que esses números são maiores quando se compara com o atual Bolsa Família. Quando se analisa junto com os dados do Auxílio Emergencial, a história é outra. Por essa ótica, o que se sabe é que o número de atendidos por projetos sociais do Governo vai cair dos atuais 40 milhões para cerca de 17 milhões de pessoas.
Sabe-se, no entanto, que o Brasil tem muito mais do que 25 milhões de brasileiros que estão precisando dessa ajuda. É que vale lembrar que essa conta do Ministro João Roma considera apenas aqueles que estavam recebendo o Auxílio Emergencial.
Só que sabe-se que existe uma massa da população que não está conseguindo receber nada. São pessoas que não estão no Bolsa Família e nem no Auxílio Emergencial, mesmo que estejam passando por dificuldades.
O Governo Federal só deverá tomar uma decisão sobre o tema depois que o Presidente Jair Bolsonaro voltar de viagem da Itália. Ele foi participar de uma reunião com líderes do G20, na cidade de Roma, a capital do país.
De qualquer forma, antes mesmo de voltar dessa viagem, Bolsonaro já deu entrevista dizendo que esse plano B existe mesmo. Ele só não deixou claro se essa segunda opção é mesmo a prorrogação do Auxílio Emergencial.
De acordo com informações da imprensa, grande parte do Governo Federal está querendo esticar o Auxílio Emergencial por mais alguns meses. Há pouco mais de uma semana, Bolsonaro disse que isso não aconteceria de jeito nenhum.
Acontece que os fracassos recentes da base aliada no Congresso Federal podem ter feito Bolsonaro mudar de opinião sobre o tema. Há quem diga que se a Câmara não aprovar a PEC dos Precatórios nesta quarta (3), o Planalto vai acabar decidindo pela prorrogação do Auxílio Emergencial.