Direitos do Trabalhador

Governadores pedem manutenção de auxílio emergencial

Governadores pediram extensão do decreto de estado de calamidade pública para prorrogar o auxílio

Os políticos brasileiros não conseguiram prorrogar o estado de calamidade pública do Brasil e, por isso, na virada do ano, governadores pediram a manutenção de uma proteção aos brasileiros mais pobres, como o auxílio emergencial. A informação foi revelada por Wellington Dias, governador do Piauí, que é presidente do Consórcio Nordeste, que reúne nove governadores. O grupo também pede proteção ao emprego.

No fim de dezembro, 17 governadores enviaram carta ao Palácio do Planalto solicitando mais seis meses de decreto de estado de calamidade pública. Dias afirmou que o fim do auxílio emergencial e o desemprego aumentarão a miséria no Brasil, bem como o caos social. Dias também lembrou do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que beneficiou mais de 10 milhões de trabalhadores com mais de 18 milhões de acordos feitos entre julho e dezembro.

O auxílio emergencial foi encerrado no fim de dezembro. Agora, durante janeiro, haverá apenas a liberação de saque em espécie dos pagamentos. Já o BEm foi encerrado no dia 31 de dezembro. Esse programa permitiu que fosse feito acordo entre empregado e empregador, com redução de salário e jornada de trabalho e suspensão temporária do contrato de trabalho para evitar a demissão.

De acordo com o governador, a rede de proteção que havia até o fim do ano passado teve bons resultados e não deveria ter sido retirada. Ele defende que o Brasil mantenha o auxílio para os mais pobres e as medidas de proteção ao emprego, além de criar um plano de retomada da economia.

Bolsonaro descarta prorrogação

Atualmente, o presidente Jair Bolsonaro vem sendo pressionado para prorrogar o auxílio emergencial. Entretanto, o presidente descarta essa possibilidade. Nesta quinta-feira (07), ele ironizou o assunto durante conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.

Um dos apoiadores do presidente que estava no local afirmou que Bolsonaro aumentou muito sua popularidade no interior do Amazonas por causa do auxílio emergencial. O presidente optou por não se comprometer com o auxílio em 2021 e ironizou o tema, afirmando que ninguém mais irá trabalhar caso ele pague R$ 5 mil por mês para os brasileiros.

“Qual país do mundo fez auxílio emergencial? Parecido foi nos Estados Unidos. Aqui alguns querem torná-lo definitivo. Foram quase 68 milhões de pessoas. No começo, foram R$ 600. Vamos pagar para todo mundo R$ 5 mil por mês, ninguém trabalha mais, fica em casa”, ironizou o presidente.