O Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, lamentou a morte de Janaína Araújo, de 44 anos, na última semana na capital federal. A mulher morreu enquanto aguardava na fila de espera pelo atendimento em um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) no Paranoá, em Brasília. A morte acabou tendo repercussão nacional.
Em entrevista para o portal G1, Ibaneis disse que lamenta o ocorrido, mas argumentou que a causa da morte da mulher não teve qualquer relação com o tempo de espera na porta do CRAS. Segundo o governador, “ela já sofria de algumas doenças”. Oficialmente, as autoridades sanitárias ainda não divulgaram a real causa da morte.
Ibaneis aproveitou a entrevista para dizer que durante o seu primeiro mandato, ele conseguiu aumentar o número de benefícios sociais oferecidos aos mais pobres. Segundo o governador, pouco mais de 500 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social conseguiram entrar em algum projeto de transferência de renda por ano.
Especificamente sobre as filas nas portas dos CRAS, Ibaneis disse que o atendimento costuma demorar porque a cada caso, um assistente social precisa responder um questionário com mais de 300 perguntas. O governador disse ainda que o sistema precisa ser preenchido manualmente, o que poderia atrasar ainda mais o procedimento.
Os argumentos de Ibaneis não parecem ter convencido os membros da oposição ao seu governo. “No mínimo não tem vergonha na cara. É o que a gente tem trazido e com muita serenidade. As filas do Cras estão imensas e a culpa não é dos servidores, não é da política, e sim da falta de gestão”, disse a candidata ao governo, Keka Bagno (Psol).
As filas na frente das sedes do CRAS e do Cadúnico não são uma exclusividade do Distrito Federal. Nas últimas semanas, cidades como Porto Alegre, Recife e São Paulo, por exemplo tiveram registro de superlotação.
É importante lembrar que nem sempre o cidadão precisa ir pessoalmente para resolver alguma questão relacionada ao auxílio no Cadúnico. A dica principal é entrar em contato com a prefeitura da sua cidade para entender como o procedimento funciona em seu município.
Em algumas cidades, por exemplo, o atendimento exige um agendamento prévio. Em outros lugares, há um limite de fichas. De toda forma, ao entrar em contato previamente, o cidadão saberá como resolver a situação.
O Cadúnico é uma espécie de lista do Governo Federal que reúne os nomes dos brasileiros que estão em situação de vulnerabilidade social. Embora seja gerida pela União, o procedimento de entrada é de responsabilidade dos municípios.
O cadastro na lista não garante automaticamente o recebimento de nenhum programa social. De qualquer forma, quem está no Cadúnico tem mais chances de entrar em auxílios sociais de todas as esferas do poder.
Do ponto de vista do Governo Federal, o Cadúnico serve de base para a seleção dos usuários dos seus principais auxílios sociais. Podemos citar, por exemplo, o Auxílio Brasil, o vale-gás nacional e também a Tarifa Social de Energia Elétrica.