Quando falamos em Romance, logo pensamos em algo romântico, de paixões. No entanto, o Romance literário nem sempre aborda esses assuntos. Na verdade ele é um gênero literário que corresponde a uma composição em prosa, ou seja, uma narrativa com diversas tramas para se chegar à ideia principal.
O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa descreve o termo como sendo uma “Descrição longa das ações e sentimentos de personagens fictícios, numa transposição da vida para um plano artístico”.
Pode-se dizer que o Romance deriva da época do Romantismo, quando o folhetim e o romance eram considerados sinônimos. A partir do século XVIII ele passou a ser considerado um gênero literário.
Originalmente o Romance surgiu com os romances de cavalarias, que é considerado uma das mais ricas manifestações literárias. Eles contavam, por exemplo, a história de heróis que defendiam a honra da mulher amada.
Com a ascensão da burguesia houve uma grande disseminação cultural, pois possibilitou que as classes menos favorecidas tivessem acesso aos livros. Tal fato demostra como os fatores sociais contribuem para a formação de estilos literários. Segundo Georg Hegel, um dos filósofos mais influentes da história, o romance foi um dos grandes feitos da burguesa moderna.
Por ser construído em prosa, o Romance permite explorar diversos tópicos que outros gêneros mais curtos não permitem. Isso porque ele possui uma gama maior de textos e a possibilidade de contar uma história de forma mais extensa. Diferente de um conto, por exemplo, que é uma construção mais curta. No Romance podem-se contar histórias reais ou fictícias, ou misturar as duas possibilidades.
A obra Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, escrito em 1600, é considerada precursora do romance moderno. Ela é um romance de cavalaria e conta diversas aventuras do personagem principal.
Os romances são marcados por uma sequência temporal de fatos para se chegar a ideia principal que está sendo apresentada.
Podemos destacar quatro características que fazem parte da estrutura desse tipo de obra, são elas:
Muitos autores representaram o romance no Brasil, principalmente nos anos 1950. Dentre as principais obras temos Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado; Doramundo, de Geraldo Ferraz; Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa; e O Encontro Marcado, de Fernando Sabino.
Na literatura brasileira podemos destacar alguns tipos de romance que são mais conhecidos, são eles:
O Romance, o Conto e a Novela fazem parte dos gêneros literários, e apesar de serem termos distintos, possuem algumas características semelhantes que podem confundir o leitor. Vale destacar, então, quais são as principais características de cada um.
O Conto é um texto curto e que não apresenta muitos personagens. Geralmente acontece em um tempo curto e gira em torno de apenas uma história. Machado de Assis é dos escritores brasileiros que se destacam na construção desse tipo de narrativa.
O romance, por sua vez, é uma obra mais extensa, que apresenta diversos personagens, além de ter vários conflitos representados de uma vez. Machado de Assis também é um representante desse tipo de literatura, juntamente com Érico Veríssimo e Graciliano Ramos. Mundialmente podemos citar Gustave Flaubert, Fiódor Dostoiévski e Jane Austen.
Por fim, a novela é uma narrativa mais extensa que o conto, mas também não apresenta muitos personagens e gira em torno de apenas um conflito. Pode ser confundida tanto com o conto quanto com o romance, já que possui características dos dois gêneros. Muitos autores, por sua vez, consideram a novela como sendo Romance. Como exemplo podemos citar a novela “A morte de Ivan Ilitch”, de Lev Tolstói, que é considerada uma das mais importantes representantes do gênero.