O General Fernando Azevedo e Silva, ministro que integra o governo de Jair Bolsonaro desde o início, anunciou nesta segunda-feira (29) que deixará o cargo.
Embora a exoneração ainda não tenha sido publicada no “Diário Oficial da União”, o agora ex-ministro da defesa não informou o motivo da decisão que ainda não havia sido antecipada.
Fernando Azevedo foi chefe do Estado-Maior do Exército, um dos postos de maior prestígio na Força, e passou à reserva no ano de 2018.
Azevedo e Silva permaneceu por dois anos e três meses à frente do Ministério da Defesa.
As Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) são vinculadas à pasta.
O General foi o segundo militar a comandar o Ministério da Defesa desde a criação da pasta, no ano de 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
O primeiro militar a ocupar o posto foi o general Joaquim Silva e Luna, indicado por Michel Temer.
Através de um comunicado oficial, Azevedo e Silva também afirmou que no período em que esteve no governo, preservou “as Forças Armadas como instituições de Estado” e que deixa a função “na certeza da missão cumprida”.
Confira a íntegra:
“Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa.
Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.
O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira.
Saio na certeza da missão cumprida.”
O governo Bolsonaro inicia o seu 3º ano de mandato mantendo a tendência de rodízio em seus ministérios.
A maioria das baixas aconteceu de abril a dezembro de 2020, período de grande tensão política em razão de discordâncias originárias com o início da crise da Covid-19.
Com o pedido de demissão do General Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa e a iminente saída de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores, foram retirados das respectivas pastas:
Casa Civil: Onyx Lorenzoni;
Ministério da Justiça e Segurança Pública: Sérgio Moro;
Ministério da Saúde: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello;
Secretaria-Geral da Presidência da República: Gustavo Bebbiano, Floriano Peixoto Vieira Neto e Jorge Oliveira;
Educação: Abraham Weintraub, Ricardo Vélez Rodríguez e Carlos Decotelli;
Secretaria do Governo: Carlos Alberto dos Santos Cruz;
Desenvolvimento Regional: Gustavo Canuto;
Cidadania: Osmar Terra e Onyx Lorenzoni;
Turismo: Marcelo Álvaro Antônio;
Defesa: Fernando Azevedo e Silva*;
Relações Exteriores: Ernesto Araújo*;
Até a saída de Azevedo e Silva, os militares controlavam oito dos 22 ministérios do governo de Jair Bolsonaro (36,36%).
Além disso, o Palácio do Planalto conta com cargos de destaque ocupados por egressos das Forças Armadas, como o próprio presidente, que é capitão reformado do Exército, o vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva.
O Palácio do Planalto ainda não informou se o sucessor do general será militar ou civil.