Nesta sexta-feira (18) foi divulgada uma pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis(ANP). Esta apontou que o diesel aumentou o preço levemente acompanhado do preço da gasolina e do etanol.
Segundo o que a pesquisa indicou, o preço do diesel nas bombas subiu 0,35% durante a última semana, atingindo a marca de R$ 4,508 por litro. Desde maio o diesel vem se mantendo sem grandes alterações, isso após um salto registrado ao fim dos dois meses nos quais estavam em vigor as isenções do PIS/Cofins que afetam o produto.
Desde o dia 22 de maio deste ano o diesel já registra um aumento de 0,58% nas bombas, segundo dados fornecidos pela ANP. Já a gasolina, também registra um leve aumento de cerca de 0,10%, com isso atingindo o valor médio de R$ 5,682 por litro. Com mais esse aumento a gasolina entra na décima semana seguida de altas.
O Etanol por sua vez também registrou um aumento no preço de cerca de 0,3% no mesmo período citado, dessa maneira alcançou um preço médio de R$4,401 cada litro. A Petrobras realizou o primeiro reajuste desde o mês passado, reduzindo o valor da gasolina nas refinarias em 1,9% no último sábado.
O preço do Óleo Diesel vendido pela Petrobras permanece sem modificações desde o dia 1º de maio. Porém, os valores nos postos não seguem instantaneamente o das refinarias pois dependem de fatores externos como por exemplo impostos, mistura de biocombustíveis e margens de distribuição.
A Petrobras conduz a política de preços dela utilizando como base o Preço de Paridade Internacional(PPI). Tendo isso em vista, o preço do combustível varia de acordo com o preço do barril de petróleo que é negociado em dólar, e também de acordo com a taxa de câmbio.
O petróleo é a principal matéria-prima para a fabricação dos combustíveis como gasolina e o diesel. Dessa forma, é natural que o preço da matéria prima seja usada como referência para definir o preço dos combustíveis. Então, quando a cotação do petróleo sobe nas bolsas de valores mundiais a Petrobras também ajusta os valores para o Brasil.
Além disso, existem outros fatores que influenciam no preço dos combustíveis no Brasil. Especialistas indicam que os tributos estaduais, federais e logística empregados sob o preço dos combustíveis contribuem para as altas nos valores. Porém, o atual momento de revenda e o preço da bomba são colocados em destaque para explicar a alta nos preços da gasolina e do diesel.
Contudo, apesar da alta no petróleo no exterior, a Petrobras vem evitando fazer muitos reajustes no preço. Foi mais de um mês inteiro sem nenhum reajuste. Agora, no último sábado a empresa reduziu o valor da gasolina nas refinarias em 1,9%, porém essa redução não chega ao bolso do consumidor.
“Muitas vezes os postos de gasolina têm uma ‘autonomia’ em relação ao preço, o que faz com que uma queda do câmbio ou, por exemplo, do preço internacional do petróleo não reflita imediatamente no preço da gasolina e do diesel”, explica Rosemarie Bröker Bone, coordenadora do Laboratório de Economia do Petróleo da Escola Politécnica da UFRJ.
A adição de biocombustíveis vem sendo apontada como principal fator para a alta dos preços na bomba. Segundo Sérgio Araújo, presidente da Abicom (Associação Brasileira de Biopolímeros Compostáveis e Compostagem), os reajustes sofridos pelos biocombustíveis resultam em um impacto direto na formação do preço final dos combustíveis.
“O biodiesel adicionado ao óleo diesel fóssil foi negociado no leilão 79 (entrega para maio e junho) a um preço médio de R$ 5,50 (+6,4%). Para o leilão 80, que está em curso, o preço máximo de referência calculado pela ANP foi de R$ 8 por litro na média. Esse valor corresponde a uma elevação de 70% no preço do biocombustível”, declara Sérgio Araújo.
Com isso podemos esperar que a alta no preço da gasolina e do óleo diesel se mantenha por mais algum tempo, pelo menos nas bombas. Apesar da baixa nas refinarias, a alta dos biocombustíveis vai atrasar ainda mais a chegada do desconto no bolso dos consumidores finais.