O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, questionou o valor da gasolina comercializada nos postos do Rio de Janeiro. O combustível está sendo vendido a mais de R$ 6,00 por litro na cidade, valor bem maior do que deveria, segundo Prates.
De acordo com o presidente da Petrobras, o valor médio da gasolina deveria subir para R$ 5,73 por litro. Isso mostra que os valores estão bem mais elevados nos postos da cidade do que deveriam, pressionando o orçamento das famílias cariocas.
“Estimamos que o impacto do ajuste de ontem para a gasolina na porta das refinarias da Petrobras [de 41 centavos] é de R$ 0,30 [ao considerar a mistura obrigatória do etanol]“, explicou Prates em suas redes sociais. Ele afirmou que o valor do combustível “jamais [deveria] passar de 6 reais“.
“A média Brasil estava em R$ 5,53 — portanto, R$ 5,83 pós“. Em meio aos preços muito elevados, o presidente da Petrobras pediu às autoridades que fiscalizem o preço dos combustíveis para proteger o consumidor de valores abusivos.
Na última terça-feira (15), a Petrobras anunciou o primeiro aumento no valor da gasolina e do diesel em mais de um ano, para tristeza dos motoristas. A última vez que a companhia havia elevado o valor dos combustíveis foi em meados de 2022. Desde então, todos os reajustes foram apenas para reduzir os valores dos combustíveis.
Em síntese, a Petrobras elevou em 16,3% o valor da gasolina comercializada para as distribuidoras. Com isso, o litro do combustível subiu de R$ 2,52 para R$ 2,93, uma alta de 41 centavos.
Esse é o maior valor da gasolina desde maio (R$ 2,78). Entretanto, ao comparar com o final do ano passado, a gasolina ainda está mais barata em 2023. Isso porque a Petrobras estava comercializando o combustível a R$ 3,08 por litro no final de 2022.
Além disso, a empresa também elevou o preço do óleo diesel, mas o reajuste foi ainda mais forte que o da gasolina. A Petrobras elevou em 25,8% o valor do diesel, o que corresponde a 78 centavos. Com isso, o valor médio do combustível subiu de R$ 3,02 para R$ 3,80.
Os novos preços começaram a vigorar no país na última quarta-feira (16). Portanto, os motoristas que foram abastecer seus veículos nos últimos dias devem ter encontrado valores mais salgados nas bombas. Esse foi o caso do Rio de Janeiro, cujos valore estavam bem mais altos do que deveriam.
Por falar em preços mais altos, os valores nos postos de combustíveis superam significativamente os preços comercializados entre a Petrobras e as distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra.
A Petrobras esclareceu, em nota, que a parcela da companhia no preço repassado ao consumidor passou a ser, em média, de R$ 2,14 após o reajuste. Esse percentual se refere ao combustível que tem mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos.
“Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda“, informou a Petrobras em nota.
Por isso que os preços comercializados nas distribuidoras do país são bem maiores, justamente por causa das variáveis citadas. Para os consumidores resta procurar postos com preços mais acessíveis, já que sempre pagam mais caro para abastecerem seus veículos.
A Petrobras estava comercializando a gasolina e o diesel com uma defasagem muito elevada. Em resumo, defasagem acontece quando a companhia aplica valores mais baixos que o mercado internacional. Isso quer dizer que a empresa estava importando combustíveis mais caros e vendendo a preços mais baixos.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já havia expressado preocupação com a companhia, visto que a defasagem da gasolina estava em 26% ante os preços internacionais. Em relação ao diesel, a defasagem chegava a 30%.
Isso aconteceu devido aos vários reajustes promovidos pela Petrobras nos últimos meses. Em meados de maio, a Petrobras reduziu o valor da gasolina em 40 centavos por litro. Cerca de um mês depois, houve uma nova redução, dessa vez de 12 centavos. O último reajuste ocorreu no dia 1º de julho, de 14 centavos.
Isso quer dizer que o preço da gasolina ficou 66 centavos mais barato no país em um mês e meio, caindo de R$ 3,18 para R$ 2,52. Contudo, como a situação estava insustentável, e a companhia aumentou os valores para as distribuidoras.