Ainda vemos muitas pessoas relatando que é possível focar em mais de uma tarefa, ou ainda, dizem que são multitarefas e que está tudo bem. Porém, não é exatamente dessa forma que a ciência enxerga esse tipo de fala. Na realidade, muitos estudos apontam que ser multitarefas é algo negativo, por uma série de motivos.
Primeiro porque se somos multitarefas, podemos ter dificuldades para priorizar determinadas atividades. Segundo porque, fisiologicamente, é impossível o nosso cérebro focar, plenamente, em duas coisas ao mesmo tempo. Portanto, reunimos informações como essas, ao longo deste texto, para que você reflita com a gente. Acompanhe.
Não. Segundo a ciência, nós não conseguimos focar em mais de uma tarefa. O que acontece é que podemos fazer duas coisas ao mesmo tempo, mas sem focar plenamente em nenhuma delas.
Basicamente, funciona assim: quando estamos fazendo uma atividade, o nosso cérebro vira a “chavinha” para poder se concentrar nisso que está sendo desenvolvido. Ele usa as suas memórias e conexões para nos promover as informações necessárias para que as nossas habilidades sejam postas em prática.
Porém, quando variamos a atenção para outra tarefa, a “chavinha” precisa ser virada de novo. E é aí que o cérebro começa a gastar muita energia mental. Passamos a trocar o foco de minuto em minuto, tornando a conclusão das duas tarefas mais demorada do que se fizéssemos uma coisa de cada vez.
Portanto, embora algumas pessoas acreditem que conseguem fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, a verdade é que a qualidade de cada tarefa será reduzida a partir do momento que é impossível focar em mais de uma tarefa.
O desempenho poderá ser inferior em uma ou mais tarefas quando tentamos ser multitarefas. Isso decorre do fato de que, fisiologicamente, o nosso cérebro não possui atributos o suficiente para focar em mais de uma atividade ao mesmo tempo.
Como vimos acima, o que pode acontecer é essa troca constante de atenção. Porém, essa troca, por mais inofensiva que possa parecer, pode acabar por atrapalhar a nossa concentração, afinal, estaremos flutuando a atenção e não permitindo que o foco pleno seja posto em prática em uma só atividade.
É muito importante buscarmos um equilíbrio no desenvolvimento das nossas atividades cotidianas. Se realmente buscamos uma rotina que seja mais produtiva e interessante, a nossa agenda precisa ser organizada de um modo que respeite o funcionamento do nosso cérebro.
Querer ser multitarefa, no sentido de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, pode ser prejudicial. Você poderá estar gastando energia mental de um modo pouco otimizado, o que resulta em uma redução no desempenho.
É possível, ainda, “demonstrar desempenho inferior em uma das tarefas” (PASHLER, 1994; SCHMIDT, 2001 apud BAILER & TOMITCH 2016) quando buscamos focar em mais de uma coisa ao mesmo tempo. Pense nisso.
Estudos comportamentais e de neuroimagem sobre multitarefa: uma revisão de literatura. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/alfa/a/HpxbHNnkQfzLy7myp7gcBLm/?lang=pt> Acesso em 06 set. 2022.