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FIM DO PRAZO: Não recuperei o dinheiro esquecido. O que acontece agora?

Chegou oficialmente ao fim o prazo para a retirada do dinheiro esquecido no Sistema de Valores a Receber (SVR). Conforme as informações oficiais, os cidadãos brasileiros tinham até a última quarta-feira (16) para realizar a retirada.

Recentemente, o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que estabelece que o saldo  não retirado pelo cidadão até o fim do prazo estipulado, seria enviado para os cofres públicos. A ideia é que esse saldo passe a se tornar parte integrante do Tesouro Nacional.

Mas ao contrário do que muita gente imagina, ainda não se esgotaram todas as possibilidades para que você retire o seu dinheiro esquecido. De acordo com as informações divulgadas pelo governo federal, um novo prazo se abre nesta quinta-feira (17).

Novo prazo do SVR

O Ministério da Fazenda explica que a partir de agora se inicia um prazo de 30 dias para que o cidadãos possam contestar o recolhimento dos recursos para o Tesouro Nacional.

A ideia é que o cidadão que não retirou a sua quantia esquecida dentro do prazo estabelecido tenha uma nova oportunidade de recuperar o dinheiro que está em seu nome, mas foi esquecido em instituições financeiras.

“Apenas após o término desse segundo prazo, e caso não haja manifestação daqueles que tenham direito sobre os depósitos, os valores serão incorporados ao Tesouro Nacional”, disse o Ministério.

Daqui a 30 dias, quando esse segundo prazo chegar ao fim, o governo federal ainda vai abrir um terceiro prazo. Os cidadãos brasileiros terão ainda mais seis meses para requerer judicialmente o reconhecimento do seu direito aos depósitos.

Apenas depois do final desses seis meses, é que o dinheiro será oficialmente incorporado ao Tesouro Nacional. A partir desse momento, o indivíduo não vai ter mais direito de requerer a retomada do seu dinheiro, conforme as regras estabelecidas no projeto aprovado pelo congresso nacional.

Milhares não sacaram o saldo dentro do prazo. Imagem: José Cruz/ Agência Brasil

Dinheiro esquecido

O Sistema de Valores a Receber foi criado oficialmente pelo Banco Central com o intuito de devolver às pessoas o dinheiro que elas esqueceram em instituições financeiras. Essa retomada também pode ser feita por empresas.

De acordo com o BC, a grande maioria das pessoas e das empresas possuem valores pequenos a receber. São saldos que ficaram normalmente esquecidos em algumas instituições financeiras, e que não foram recuperados por algum motivo por esses cidadãos. Veja na tabela abaixo:

  • Acima de R$ 1.000,01: 940.024 contas | 1,80% do total;
  • Entre R$ 100,01 e R$ 1.000,00: 5.199.838 contas | 9,94% do total;
  • Entre R$ 10,01 e R$ 100,00: 13.100.665 contas | 25,05% do total;
  • Entre R$ 0,00 e R$ 10,00: 33.054.663 contas | 63,21% do total.

Veja os maiores valores já sacados por pessoas físicas:

  • O primeiro lugar resgatou R$ 2,8 milhões, em julho de 2023;
  • O segundo valor mais alto foi de R$ 1,6 milhão, em março de 2022;
  • Já a terceira maior cifra foi de R$ 750 mil, em março de 2023.

Veja os maiores valores já sacados por pessoas jurídicas:

  • O maior valor foi de R$ 3,3 milhões, resgatado em março de 2023;
  • O segundo maior, de R$ 1,9 milhão, em junho de 2023;
  • O terceiro, de R$ 610 mil, em setembro de 2024.

Cuidado com golpes no SVR

O Banco Central afirma que a principal dica para não cair em golpes envolvendo o Sistema de Valores a Receber é não clicar em links suspeitos que são normalmente enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou mesmo Telegram.

A instituição frisa que não envia links, e nem entra em contato com nenhuma pessoa para tratar sobre os valores a receber. Em todos os casos, é o próprio cidadão quem tem que procurar essa informação, e sacar os seus valores.

“Somente a instituição que aparece na consulta aos valores a receber que pode contatar seu cliente, principalmente no caso de pedido de resgate de valores sem indicar uma chave PIX. Mas ela nunca irá pedir os dados pessoais ou sua senha”, diz o BC.