Você já pensou na possibilidade de contar com um final de semana de três dias? Esta possibilidade já é uma realidade para muitos trabalhadores ao redor do mundo. Vários países já começaram a testar o esquema de jornada semanal de trabalho de quatro dias, fazendo com que os empregados descansem por três dias completos, e não dois como acontece normalmente hoje.
Esta discussão, aliás, acabou de chegar ao Brasil. Ao menos no que depender do Ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), a semana de trabalho com apenas quatro dias vai virar uma realidade. Em declaração dada nesta segunda-feira (9), Marinho argumentou que a economia brasileira não sofreria com tal mudança.
Ainda segundo o Ministro do Trabalho, a proposta de redução da jornada semanal de trabalho, não indicaria uma redução do salário ou mesmo de qualquer outro benefício dos trabalhadores. Em resumo, ele acredita que seria possível fazer com que o cidadão trabalhe um dia a menos, mas siga recebendo o mesmo valor.
Imagine, por exemplo, o caso de um servidor público que trabalha de segunda a sexta e recebe R$ 1.320 por mês, ou seja, o salário mínimo. Caso a mudança indicada pelo ministro seja confirmada, este trabalhador passaria a trabalhar de segunda a quarta, ou de terça a sexta recebendo os mesmos R$ 1.320.
Mas há uma entrave em toda esta questão. O que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pensa sobre este assunto? Ao menos até aqui, ninguém tem esta resposta. Na mesma declaração dada na Comissão nesta segunda-feira (9), o Ministro do Trabalho disse que ainda não conversou com o presidente sobre este assunto, e que por isso ainda não sabe a opinião dele.
“Eu acredito que passou da hora de discutir. Não tratei disso com o presidente Lula. É a minha opinião, não de governo. Mas tenho certeza que o presidente Lula não iria bloquear um debate, em que a sociedade reivindique que o Parlamento analise a possibilidade de redução da jornada de trabalho sem redução dos salários evidentemente. Eu acho que a economia brasileira suportaria”, comentou.
Também nesta segunda-feira (9), o Ministro do Trabalho deu mais alguns detalhes sobre o projeto que regula o trabalho de motoristas e entregadores de aplicativo. Há quatro meses, várias discussões envolvendo membros do governo, das empresas e dos trabalhadores estão tentando chegar em um acordo sobre uma série de pontos da regulação.
Este acordo, no entanto, ainda não foi alcançado. De todo modo, Marinho disse que mesmo que as partes não tenham chegado a um entendimento, o projeto de regulação vai ser enviado ao congresso nacional. A partir daí, a base governista e os parlamentares de oposição poderão discutir o texto que vai ser aprovado.
“A imprensa disse ‘e se a Uber sair do Brasil? Falei primeiro que a Uber não vai sair do Brasil porque é o primeiro, o (mercado) número um da Uber é o Brasil. Segundo: agora, se caso queira sair, o problema é só da Uber, porque outros concorrentes ocuparão esse espaço, como é no mercado normal”, disse Luiz Marinho em declaração ainda na última semana.