O ano de 2024 ficará marcado por diversos feriados que irão cair em dias úteis. Quando as datas coincidem com o final de semana, as perdas financeiras não são expressivas. Entretanto, quando as folgas e fechamento das empresas ocorrem em dias úteis, a perda de receita e arrecadação costuma ser expressiva.
De acordo com um levantamento recente realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o comércio brasileiro pode perder R$ 27,92 bilhões em 2024 devido aos feriados.
Embora o valor seja bastante elevado, a CNC destacou que o montante é 4% menor que o de 2023. Isso porque, no ano passado, houve menos dias úteis, já que poucos feriados caíram em finais de semana. Aliás, em 2023, a perda para o comércio chegou a R$ 28,99 bilhões, ou seja, houve um prejuízo de R$ 1 bilhão a mais do que o projetado para este ano.
Cabe salientar que, em 2023, cada feriado que caiu em dias comerciais provocou um prejuízo médio de R$ 3,22 bilhões ao varejo, segundo a CNC. Com base nesse número, a entidade projetou o prejuízo que o comércio deverá ter este ano.
Até o ano passado, o Brasil tinha nove feriados nacionais. Entretanto, no final de novembro de 2023, o Congresso Nacional aprovou a proposta que tornou o Dia da Consciência Negra como novo feriado do país.
Confira abaixo a lista de feriados nacionais em 2024:
Em 2011, a então presidenta Dilma Rousseff havia oficializado o dia 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. No entanto, ela não considerou a data feriado nacional. Isso só aconteceu no ano passado graças à aprovação da maioria dos parlamentares, que transformaram a data no mais novo feriado nacional.
Cabe salientar que boa parte dos feriados deste ano irão cair no final de semana, não afetando de maneira tão intensa o comércio brasileiro. Portanto, mesmo que haja um feriado nacional a mais em 2024, o prejuízo para o varejo do país não deverá ser tão intenso quanto o de 2023, pois, no ano passado, as datas caíram em dias úteis, afetando diretamente a economia do país.
Apesar de causa grande prejuízo ao comércio varejista do país, os feriados nacionais não são apenas negativos. Pelo contrário, diversos setores econômicos se beneficiam com estas datas, aumentando o seu lucro com o aumento do volume financeiro registrado.
“A incidência dos feriados em dias úteis favorece alguns setores da economia, como o turismo, mas gera prejuízos para o comércio por conta de fatores como a queda no nível de atividade e elevação dos custos de operação“, informa a CNC.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os feriados não são vilões da economia brasileira. Em suma, ele afirmou que o setor produtivo funciona como uma balança, e esta precisa estar equilibrada para que todos se beneficiem.
“Nossos segmentos ligados ao turismo se beneficiam desse calendário, o que é muito positivo. Mas segmentos econômicos como o varejo registram perdas com lojas fechadas e menor movimentação de público, por exemplo. A validade desse levantamento é dar luz sobre o cenário e orientar as melhores decisões“, afirmou Tadros.
A CNC revelou que dois segmentos juntos deverão responder por 40% das perdas previstas. Trata-se dos segmentos de hiper e supermercados e de comércio automotivo, uma vez que os ramos de atividade cuja folha/faturamento se mostra mais elevada tendem a sofrer os maiores impactos. A propósito, estes segmentos concentram mais de 44% da folha de pagamentos do comércio brasileiro.
“Por mais que as vendas do varejo possam ser parcialmente compensadas nos dias imediatamente anteriores ou posteriores aos feriados, o peso relativamente elevado dos gastos com pessoal na atividade comercial é a principal fonte dos prejuízos impostos pelas datas de descanso, comprimindo as margens de operação do varejo diante de um público menor e da paralisação de atividades“, explicou o economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes.
Por fim, uma nova portaria do Ministério do Trabalho e Emprego, publicada em novembro de 2023, determina que, em domingos e feriados, o exercício laboral deverá ser autorizado por negociações coletivas. Assim, os estabelecimentos de atividades comerciais poderão ter dificuldades para abrir em dias considerados não uteis.