Uma das principais causas de agravamentos de doenças psiquiátricas e emocionais é a falta de um diagnóstico rápido e preciso.
Os sintomas e agravações acabam sendo bem diferentes em cada paciente, o que faz o diagnóstico ser mais complicado e complexo na maioria das vezes, refletindo assim em um tratamento mais tardio.
Doenças como a depressão e o transtorno bipolar estão entre as mais recorrentes, quando se trata de distúrbios psiquiátricos. A similaridade dos quadros dessas duas doenças, também acarreta em uma identificação mais tardia, induzindo até a um tratamento errado. Há relatos de muitos pacientes que se medicaram por anos com antidepressivos e após a piora do quadro, enfim foram diagnosticados como bipolares, por exemplo.
Aproximadamente, 4,4% da população mundial possui algum transtorno mental, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Ainda de acordo com um estudo, publicado no jornal O Estado de São Paulo, “os parâmetros unívocos para detectar com precisão as alterações na estrutura do pensamento, na produção das ideias, na intensidade da atenção, nas nuances do senso-percepção, inclusive, das fronteiras entre a chamada normalidade e a psicopatologia não são bem delimitadas e podem mudar em função das circunstâncias socioculturais”, explica o psicanalista Sergio Telles.
Diante desse cenário, a busca por um método mais prático para identificação das doenças psiquiátricas de forma rápida e precisa, foi o principal objetivo para garantir o desenvolvimento de um teste de sangue, que prevê transtornos do humor em pessoas, de acordo com os níveis de uma determinada proteína específica encontrada no cérebro.
O teste de sangue, que visa diagnosticar com precisão doenças psiquiátricas como a depressão e o transtorno bipolar, foi desenvolvido através de uma parceria entre as Universidades da Austrália Meridional (UniSA), Adelaide (Austrália) e Universidade Médica Kunming (China).
O estudo publicado no Journal of Psychiatric Research, revela que a constatação de baixos níveis de duas proteínas mBDNF, precursor e o pró-domínio, estão associadas com a degeneração e inflamação dos nervos, resultando em quadros de distúrbios psiquiátricos.
O índice de precisão para o diagnóstico de depressão e transtorno bipolar, por meio deste novo teste de sangue, ficou acima de 80%, ainda de acordo com o estudo.
Apesar do alta índice de precisão do teste de sangue, os especialistas em saúde mental, destacam que os outros métodos para o diagnóstico dos distúrbios psiquiátricos ainda devem ser mantidos, a fim de reforçar a definição e grau do quadro, entre eles, o interrogatório, que abrange desde a história clínica até a observação do paciente.
Independente de como seja realizado o diagnóstico, anamnese, diferencial ou por sangue, o importante é que a investigação seja feita precocemente, ao detectar os primeiros sinais das doenças psiquiátricas, portanto, a busca por uma avaliação neurológica ou psiquiátrica é fundamental.