A falta de chuvas vem diminuindo a oferta do campo e com isso o preço dos alimentos deverá subir mais até o final do ano. Entre os produtos que deverão ser mais afetados, podemos citar o café, arroz, açúcar, hortaliças, carnes e ovos.
Assim como a energia elétrica e o combustível, a inflação acaba provocando o aumento dos preços também para os alimentos. E infelizmente os brasileiros não estão vendo o aumento dos preços serem acompanhados pelo salário, que já está bastante defasado.
E com menos renda disponível e o desemprego que continua alto, as famílias já estão procurando comprar menos produtos, como substituir a carne vermelha por uma opção mais barata, como a carne branca.
A falta de chuvas vem castigando as regiões Centro-Oeste e Sul desde 2020, o que acaba provocando uma queda na produção de vários cultivos, como café, laranja, milho, carne bovina, feijão e entre outros.
Já não bastasse a redução da oferta, o baixo nível das reservas de usinas hidrelétricas acabou fazendo com que o Governo aumentasse a conta de luz, o que eleva também os gastos de produção das fazendas, comércios e indústrias, o que impacta negativamente em toda a economia.
E segundo o Governo Federal, os custos com energia elétrica vão ficar mais altos até meados de 2022, com possibilidades de extensão. Esses fatores acabam afetando principalmente as atividades do setor agropecuário e da indústria.
As chuvas do mês de setembro vão favorecer algumas culturas plantadas, como a soja. Porém como o nível de precipitação ainda não é suficiente para encher os reservatórios, o que gera incertezas para a lavoura que depende da irrigação e para a produção de alimentos.
Entre as altas previstas que devem gerar maior impacto nos alimentos, está o caso do café, que as expectativas rondam um aumento de preço em 40%. A estiagem está acontecendo nas principais regiões de produção, como Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, o que acabou prejudicando o crescimento dos frutos.
Em julho, com a chegada das fortes geadas, os cafezais acabaram sofrendo mais um duro baque. As lavouras que foram atingidas perderam folhas e em algumas aconteceu até a morte de plantas.
Para quem gosta de tomar aquele bom cafezinho, é óbvio que é necessário um pouco de açúcar para acompanhar. Somente no acumulado dos oito primeiros meses do ano, o preço do refinado já subiu 27%, aumento esse que é três vezes superior ao acumulado da inflação nos últimos 12 meses.
A alta da maior parte dos alimentos acontece devido a uma redução da oferta, lembrando que a seca que atinge a maior parte das regiões produtoras de alimentos já dura um ano e meio. A falta de chuva também gerou a maior crise hídrica do país dos últimos 91 anos, o que também se soma aos incêndios recentes.