Os Estados Unidos cogitam enviar doses da vacina de Oxford/AstraZeneca a outros países, incluindo o Brasil. A informação foi publicada no jornal The New York Times nesta quinta (11).
O imunizante ainda não foi aprovado no país, que possui dezenas de milhões de doses paradas em fábricas norte-americanas enquanto o uso da vacina não é autorizado pela FDA (Food and Drug Administration).
Como os testes de fase 3 nos EUA ainda não foram concluídos, a AstraZeneca ainda não solicitou para a FDA a aprovação da vacina de Oxford, já autorizada em mais 70 países. Até hoje, foram aprovadas para uso no país as vacinas da Pfizer/Biontech, Moderna e Johnson & Johnson.
Cerca de 30 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca estão armazenadas em uma unidade da fábrica da AstraZeneca em West Chester, no estado de Ohio, enquanto outras dezenas de milhões de doses estão paradas em Baltimore, Maryland.
O destino das doses de vacina paradas em depósitos nos EUA é motivo de debates entre autoridades de saúde e a Casa Branca. Para alguns, o governo norte-americano deveria enviar as doses do imunizante de Oxford/AstraZeneca a países que não conseguiram garantir tantas vacinas contra Covid-19 como os EUA.
Por outro lado, há quem defenda que as doses da vacina de Oxford/AstraZeneca devem seguir nos Estados Unidos, onde quase 20% da população já recebeu ao menos uma dose de imunizante contra Covid-19.
A Casa Branca não respondeu ao comentário enviado pelo jornal The New York Times sobre o tema.
Ciente da escassez de vacinas contra Covid-19 em outras partes do mundo, a AstraZeneca pediu para o governo Biden emprestar doses da vacina de Oxford para a União Europeia, entre outros países, como o Brasil.
“Entendemos que outros governos podem ter entrado em contato com o governo dos EUA sobre a doação de doses da AstraZeneca e pedimos ao governo americano que considerasse cuidadosamente essas solitações”, afirmou ao NYT Gonzalo Viña, porta-voz do AstraZeneca.
“Se essas doações acontecerem, vamos buscar orientação do governo americano para repor essas doses nos EUA”, complementou.