O efeito da pandemia de Covid-19 causou o fechamento de pelo menos nove escolas particulares de educação infantil em Belo Horizonte. Com a crise econômica e a renda familiar em queda, pais e responsáveis tiveram que cancelar os contratos nas redes, que, por sua vez, não conseguem arcar com os custos para manutenção.
A Secretaria Municipal de Educação de BH informa que estão registradas no Sistema Municipal de Ensino Privado da cidade, 650 escolas particulares da educação infantil. E, de acordo com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG), a média de cancelamento de contratos no estado está entre 30% e 40%. Além disso, as escolas têm registrado uma alta taxa de inadimplência, dificultando a manutenção dos custos mensais relativos à locação de imóvel e com funcionários, por exemplo.
Em um grupo formado por 35 escolas particulares de educação infantil, em que estão 1.300 alunos e cerca de 40 funcionários, a queda na receita é em torno de 50%. Segundo reportagem do G1 de Minas Gerais, os proprietários das unidades estão lutando para conseguir voltar com segurança e saúde os negócios, participando, por exemplo, da organização do protocolo para a retomada das aulas.
“Estamos segurando os profissionais. Enquanto isso, fazemos vídeos com contação de histórias, priorizando crianças de 4 a 5 anos, com atividades para manter o elo de afetividade. Precisamos de uma perspectiva”, contou a proprietária de uma das escolas afetadas, Adriana Antunes Morais.
O Conselho Municipal de Educação fará uma reunião nesta quinta-feira (4) para aprovar novas diretrizes de atuação das escolas, como aulas on-line, que não serão validades como parte da carga horária obrigatória, e a flexibilização do calendário letivo de 800 horas. Neste caso, as escolas teriam que repor apenas 60% das aulas presenciais não realizadas, ou 480 horas/aula, em vez das 800 horas.
Com o fechamento de escolas particulares da educação infantil, a prefeitura de Belo Horizonte teme a ida de crianças para a rede pública, que não pode suportar a alta demanda em tempo de pandemia.
*Com informações do G1 Minas Gerais