O Governo Federal enviou para o Congresso Nacional a Medida Provisória (MP) que cria o novo Bolsa Família. O programa, que vai passar a se chamar Auxílio Brasil, deve começar a fazer os seus pagamentos no próximo mês de novembro. Acontece que apesar da novidade, milhões de brasileiros poderão ficar sem nenhuma ajuda do Planalto justamente nesta época.
De acordo com informações do próprio Ministério da Cidadania, cerca de 37 milhões de pessoas estão neste momento recebendo o dinheiro do Auxílio Emergencial no Brasil. Esse grupo inclui não apenas os informais, mas também aqueles que estão no Cadúnico. São portanto todos os beneficiários do programa.
Além desses indivíduos, o Governo Federal também está seguindo com os pagamentos para as pessoas do Bolsa Família. O projeto atual não parou com o início do Auxílio Emergencial. Cerca de 4 milhões de cidadãos estão neste grupo. Juntando os usuários dos dois projetos, dá para dizer que 41 milhões de cidadãos são assistidos pelo Governo atualmente.
De acordo com informações de bastidores, a ideia do poder executivo neste momento é acabar com esses dois programas em outubro. Isso quer dizer portanto que nem o Auxílio Emergencial e nem o Bolsa Família irão existir mais a partir do próximo mês de novembro. No lugar dos dois, a ideia do Planalto é começar justamente os repasses do novo projeto.
E é aí que está todo o problema. Apesar de não divulgar um número oficial do benefício novo, membros do Governo apostam que o programa terá, no máximo, algo em torno de 17 milhões de pessoas. Se isso se confirmar, então dá para dizer que cerca de 24 milhões de brasileiros que estão sendo assistidos pelo poder executivo não serão mais a partir de novembro.
O Governo Federal sabe de tudo isso. De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o Palácio do Planalto está apostando tudo na questão da vacinação em massa. Eles acreditam que isso vai fazer com que a situação melhore.
É que se o país conseguir voltar ao normal, entende-se que pelo menos uma parte das pessoas que usam os auxílios do Governo hoje, possam acabar encontrando emprego. E aí eles não precisariam mais da ajuda do Planalto.
Essa ideia, no entanto, não é nova. No final do ano passado, o Governo decidiu cancelar os pagamentos do Auxílio Emergencial também sob o argumento de que tudo voltaria ao normal no início deste ano. Isso não aconteceu e eles tiveram que retomar os repasses do benefício.
O Governo Federal começou a pagar as parcelas do Auxílio Emergencial ainda no ano passado. No início, os pagamentos variavam entre R$ 600 e R$ 1200, para o caso das mães chefes de família.
Depois de um cancelamento que durou entre os meses de janeiro e março deste ano, o Palácio do Planalto decidiu retomar os repasses do programa em abril. Agora, cerca de 37 milhões recebem o dinheiro do benefício.
As pessoas que fazem parte do Bolsa Família puderam mudar para o Auxílio Emergencial. Isso, no entanto, só aconteceu para aqueles que recebiam valores menores no projeto original. Essa era a regra básica.