Muitas pessoas se perguntam porque pagam tão caro pela conta de luz no Brasil. A despesa mensal afeta o orçamento de milhares de famílias, principalmente aquelas de renda mais baixa. Por isso, muitos tentam economizar o uso de energia elétrica de toda forma.
Em resumo, vários brasileiros ficam se perguntando porque pagam uma conta de luz tão cara no Brasil. A resposta não é tão simples, pois não é apenas um fator que explica o valor da tarifa, mas uma junção de pontos que elevam significativamente os valores no país.
Neste texto, você vai entender para onde vai o seu dinheiro e porque é necessário pagar tão caro, apesar de boa parte da energia ser produzida em hidrelétricas, cujos custos não são elevados como os das termelétricas, por exemplo.
Em primeiro lugar, vale destacar que o Brasil tem um das melhores matrizes de energia elétrica renovável do mundo. A título de comparação, o Brasil utiliza mais de 80% de fontes renovável na geração de eletricidade, enquanto a média do planeta está abaixo de 30%.
Esses dados mostram que o Brasil consegue gerar energia de forma limpa e renovável. No entanto, os valores pagos nas conta de luz são muito elevados, pois os consumidores não pagam apenas valores relacionados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, mas também precisam custear:
Tudo isso encarece a conta de luz, que acaba pesando no bolso de milhares de famílias no país. E muitos consumidores ficam irritados porque o Brasil teria condições de cobrar valores mais baixos, caso não houvesse tantos subsídios e taxas cobradas.
Entretanto, como as contas já trazem essas cobranças inclusas, não há o que fazer. Os consumidores precisam pagar as faturas para não terem a luz cortada, prática adotada pelas distribuidoras quando as contas estão em pendência, sem estarem pagas.
Em 2022, a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) realizou um levantamento, revelando que apenas 53,5% do valor da conta de luz tinha ligação com geração, transmissão e distribuição da energia elétrica.
Significa dizer que os consumidores pagaram uma conta de luz quase duas vezes mais cara em 2022 devido a impostos e subsídios incluídos nas tarifas.
De acordo com o levantamento, a maior despesa nas contas de luz era a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Em resumo, a CDE é considerada como uma “caixa-preta” pelos especialistas, pois banca subsídios para diversas áreas, como desenvolvimento regional e saneamento, agricultura e carvão e diesel.
A saber, a CDE é considerada o fundo do setor elétrico do país, pois é responsável por bancar ações e subsídios concedidos pelo governo federal e pelo Congresso Nacional no setor de energia. Por isso que a despesa alcança um nível tão elevado no país.
Outra grande despesa paga pelos consumidores se refere aos Encargos do Serviço do Sistema (ESS) elétrico, que abrigam os custos que o país tem com as termelétricas, mais caras e poluentes que as hidrelétricas.
Para quem não sabe, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa) também responde por parte dos custos do setor elétrico. Assim, os consumidores do país, ao pagarem suas contas de luz, mantêm o programa em funcionamento.
Em relação aos tributos, há cobrança em todas as esferas. No âmbito federal, o governo recolhe PIS/Cofins, enquanto o governo estadual cobra o ICMS, e o municipal recebe a Contribuição para Iluminação Pública, que garante a iluminação dos municípios.
Os consumidores que pagam as contas de luz em dia também custeiam recursos para compensar a energia furtada do sistema elétrico. Por fim, uma parte do valor arrecadado nas contas de luz ainda segue para fundos que promovem a eficiência e desenvolvem pesquisas no setor.
Também vale lembrar que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprova o reajuste anualmente das tarifas de energia cobradas pelas distribuidoras. Esses reajustes acontecem na data de “aniversário” de concessão, ou seja, cada local promove aumento nas contas em datas diferentes.
Em síntese, os reajustes consideram diversos fatores, como custo da geração e transmissão de energia, bem como encargos setoriais. A distribuidora define o reajuste devido e a Aneel avalia a proposta. Em caso de aprovação, os novos valores passam a valer no mês seguinte.
As distribuidoras também consideram os custos próprios da operação e a inflação no período para definir os reajustes. Portanto, quanto mais baixa estiver a inflação no país, menor tende a ser o reajuste promovido.