Intertextualidade é o nome dado à relação que é feita quando em um texto é citado outro texto que já existe.
Esse fenômeno se trata do “diálogo” de um texto com um ou mais textos, que podem ser verbais, não-verbais ou mistos. Isto quer dizer que, a intertextualidade não precisa ser necessariamente em gêneros iguais.
Entende-se aqui como texto qualquer tipo de gêneros textuais, pintura, cartum, charge, poesia, poema, publicidade, livro, novela, filme, etc.
A intertextualidade acontecerá quando um determinado texto fazer referência a outro, ou a situação e/ou acontecimento pré-existente. Essa referência pode ser implícita ou explícita.
Há várias maneiras de usar a intertextualidade. Os mais utilizados são: paródia, paráfrase, epígrafe, tradução, alusão, citação e crossover.
A paródia é um tipo de intertextualidade usada com o objetivo de retorcer o texto original, através da ironia ou da crítica. Contudo, o texto fonte não sofre alteração na sua estrutura. A paródia irá modificar apenas o conteúdo.
Isto é, a estrutura do texto base é mantida, mas o conteúdo recebe uma nova “roupagem”. Normalmente, as paródias são usadas em programas humorísticos, músicas e cinema.
Exemplo: Trecho da paródia da música “Namorar pra que?” do Mc Kekel, feita pelo youtuber Whindesson Nunes.
Namorar pra que? | Dieta pra que? |
Depois que eu conheci o Mandela Depois que eu vi como ela dança Depois que eu vi como ela zoa Depois que eu vi como ela se assanha Só agora que eu fui perceber Namorar pra quê? | Comi um pão com mortadela Depois um quilo de picanha Comi uma carne de panela E um pedacinho de lasanha Só Agora que vim perceber Vou malhar pra quê? |
A paráfrase ocorre quando um texto é reproduzido com as próprias palavras daquele que está reproduzindo, ou seja, as ideias do texto original são mantidas, mas é contada de outra forma.
Na paráfrase, o objetivo é reafirmar as ideias do texto fonte, mas escrevendo com um estilo diferente. A estrutura e o conteúdo são mantidos, mas é recontando de forma diferente.
Exemplo: Carlos Drummond de Andrade (Europa, França e Bahia) parafraseando com Gonçalves Dias (Canção do Exílio).
Canção do Exílio | Europa, França e Bahia |
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. | Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. Minha boca procura a “Canção do exílio”. Como era mesmo a “Canção do exílio”? Eu tão esquecido de minha terra… Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá. |
A epígrafe é um tipo de intertextualidade usado quando um determinado texto quer introduzir o tema que será discutido, ou seja, a epígrafe serve para dá apoio a um tema, e normalmente são utilizados em artigos científicos, monografias, etc.
Na epígrafe ocorre o uso de frases, trechos, provérbios e ditados que são retratados como um vínculo com o texto.
Um dos mais conhecimentos, mas que muitos não sabem que é um tipo de intertextualidade encontrado muito em dublagens e tradução de livros.
A tradução é o ato de traduzir, passar um texto de uma língua para outra. Contudo, pode acontecer de não ser uma tradução literal, pois o tradutor faz uma interpretação.
Quando o tradutor pega um texto para traduzir, ele interpreta aquele texto e depois o transcreve no idioma desejado. Então, com a tradução, às vezes pode vir interpretação do tradutor.
Exemplo: Trecho da música “Shallow”, de Lady Gaga.
Inglês – Shallow | Português – Superfície |
Tell me something, girl Are you happy in this modern world? Or do you need more? Is there something else you’re searching for? I’m falling Tell me something, boy | Me diga uma coisa, garota Você está feliz neste mundo moderno? Ou você precisa de mais? Existe algo mais que você está procurando? Estou caindo Me diga uma coisa, garoto |
Citação é quando há a transcrição literal de um texto, ou seja, é pegar aquele texto e copiar para o outro. Contudo, é importante conter a indicação do autor original e estar entre aspas.
Mas por que isso? Acontece que se não seguir essas regras, é considerado plágio, que é passível de processo na justiça. O plágio é pegar algo que pertence a outro e usar como se fosse seu.
A citação é bem comum em textos acadêmicos como dissertações e monografias. Além disso, o plágio é uma falta grave no mundo acadêmico.
Exemplo:
Alusão é quando um texto faz referência a uma determinada obra, personagem ou situação que já foram retratadas em outros textos.
Exemplos:
(A expressão faz alusão ao cavalo de madeira repleto de soldados escondidos, que os gregos enviaram aos troianos, como se fosse um presente, por ocasião da Guerra de Tróia).
(Esta expressão também reporta ao presente que os troianos receberam. Refere-se a um malware que entra em seu computador através de um download, mas esconde vírus maléficos a seu sistema).
Ainda pouco conhecido como um tipo de intertextualidade, mas bastante usando em produções cinematográficas e séries.
Crossover é quando um personagem pertencente a um universo fictício e aparece em outro universo pertencente a outro personagem, ou seja, é o encontro entre personagens que pertencem à produções fictícias distintas.
Exemplo: quando em um cena do filme “Wifi Ralph: quebrando a internet” aparecem todas princesas da Disney.
A intertextualidade é um dos assuntos que costuma cair em questões de prova de vestibulares e concursos. Então, estudar os tipos de intertextualidade é o primeiro passo.
O segundo e se não for o mais importante, é o conhecimento. Pois a intertextualidade está muito ligada ao “conhecimento de mundo”.
Ou seja, para que seja identificado esse fenômeno é necessário que o contexto e o conteúdo usado seja conhecimento em comum entre o leitor e o produtor.
Por isso, mantenha-se sempre informando dos acontecimentos: