Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um crescimento notável no setor de energias renováveis, impulsionado principalmente pela expansão da geração eólica e solar.
No entanto, a recente ocorrência de um apagão que afetou vastas regiões do país levantou questionamentos sobre a eficácia das fontes renováveis em garantir a estabilidade do fornecimento de energia elétrica. Entenda a relação entre as energias renováveis e a mitigação dos impactos de apagões, considerando tanto suas vantagens quanto desafios.
Nos últimos anos, o Brasil tem sido um protagonista no setor de energias renováveis, com um enfoque especial nas fontes eólica e solar. Contudo, a região Nordeste se destacou como um líder na geração de energia a partir dessas fontes limpas, até mesmo exportando energia para os centros de consumo no submercado Sudeste/Centro-Oeste.
Em julho deste ano, a energia eólica foi responsável por mais de 80% do aumento da capacidade de geração, sendo que uma parcela significativa foi proveniente de novas usinas eólicas instaladas no Rio Grande do Norte.
Embora as fontes renováveis sejam mais limpas e economicamente vantajosas, elas enfrentam um desafio intrínseco: a intermitência. Diferentemente das usinas termelétricas, as quais podem operar continuamente, as fontes eólica e solar dependem das condições climáticas para gerar energia.
Em suma, isso significa que sua capacidade de geração pode variar substancialmente de acordo com a disponibilidade de vento e luz solar.
O apagão que atingiu grande parte do Brasil em 15 de agosto gerou um intenso debate no setor energético. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) relatou a separação elétrica das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste, devido ao desligamento de linhas de transmissão. Desse modo, esse incidente colocou em pauta a participação das fontes renováveis na matriz elétrica brasileira e seus impactos operacionais.
A Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) aproveitou o apagão para ressaltar a importância de fontes de energia constantes e resilientes.
Enquanto as fontes renováveis têm um papel vital na diversificação energética, as termelétricas movidas a gás natural oferecem uma opção mais estável em momentos de intermitência. Essa abordagem é respaldada por especialistas que buscam garantir a segurança energética.
O debate sobre a expansão das fontes renováveis e sua capacidade de lidar com apagões revelou divergências no setor. Enquanto alguns defendem um maior investimento em redes de transmissão para transportar energia intermitente, outros expressam preocupações sobre o excesso de dependência dessas fontes e a necessidade de garantir uma base sólida de geração de energia.
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou a importância das energias renováveis na transição energética do país. Em suma, ele destacou o papel robusto das usinas hidrelétricas no sistema elétrico brasileiro e afirmou que as fontes renováveis são fundamentais para essa transição.
Silveira também é um entusiasta do mercado de gás natural, mas não ligou diretamente o crescimento das renováveis ao recente apagão. De modo geral, o Brasil está passando por uma transformação energética significativa, com um aumento substancial na geração de energias renováveis.
Embora essas fontes ofereçam inúmeras vantagens, sua intermitência levanta questões sobre a estabilidade do fornecimento de energia, especialmente em situações de apagões.
O país enfrenta o desafio de equilibrar o uso de fontes limpas com a garantia de energia constante e resiliente. Assim, a resposta provavelmente envolverá um mix diversificado de fontes de energia, incluindo tanto renováveis quanto termelétricas, para assegurar um suprimento energético confiável e sustentável.