Enem e Vestibular

Enem: Questão comentada sobre variedade popular

No Enem é comum aparecer questões cujo tema seja a riqueza da língua portuguesa, no sentido das suas variedades.

A língua portuguesa, assim como as demais línguas, apresenta, por meio dos seus falantes, rica diversidade de falares, de formas de expressar as mais diversas necessidades, pensamos ou sentimentos etc.

Assim, a língua apresenta muitas nuances, principalmente na oralidade. Confira abaixo uma questão comentada que aborda essa variedade linguística.

Questão do Enem 2019

Irerê, meu passarinho do sertão do Cariri,

Irerê, meu companheiro,

Cadê viola? Cadê meu bem? Ca dê Maria?

Ai triste sorte a do violeiro cantadô!

Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,

Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:

Que tua flauta do sertão quando assobia,

Ah! A gente sofre sem querê!

Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,

Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,

Ah! Ah!

Irerê, solta teu canto!

Canta mais! Canta mais!

Prá alembrá o Cariri!

VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para soprano e oito violoncelos (1938-1945). Disponível em: http://euterpe.blog.br. Acesso em: 23 abr. 2019.

Nesses versos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em uma ambientação linguisticamente apoiada no(a)

(A) uso recorrente de pronomes.

(B) variedade popular da língua portuguesa.

(C) referência ao conjunto da fauna nordestina.

(D) exploração de instrumentos musicais eruditos.

(E) predomínio de regionalismos lexicais nordestinos.

Resposta

Primeiramente, é preciso ler com atenção os versos. Contudo, antes da leitura da canção, a leitura das alternativas da questão e do seu enunciado pode ajudar muito na busca pela resposta certa. Assim, o participante é direcionado a buscar os aspectos linguísticos que trazem a exaltação do sertão.

Desse modo, um dos aspectos que podem ser ressaltados é que as canções são apoiadas na sonoridade. No entanto, não há exploração de instrumentos musicais como expresso na alternativa E. Além disso, não há predomínio de regionalismos do Nordeste, como na letra D, e muito menos o uso dos pronomes de modo recorrente. Ou seja, os pronomes não são usados como estratégia linguística, como indica a alternativa A.

Nesse sentido, a única resposta que explica a ambientação linguística é a alternativa B. Isso se dá pelo uso que o autor faz a elipse do “r” final, como em “querê”, “amô” e “cantadô”, pois essa elipse é comum na oralidade da variedade popular do português. Assim, a letra da canção se apoia na oralidade.

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