Vestibular: Conheça “Morte e Vida Severina”, obra de João Cabral de Melo Neto

O livro “Morte e Vida Severina” teve sua primeira publicação em 1955 e é uma das obras mais emblemáticas de João Cabral de Melo Neto.

Parte da terceira fase do modernismo,  a “Geração de 45”, a obra de Melo Neto é um dos exemplos mais ricos de poesia regionalista. Assim, “Morte e Vida Severina” consiste em um poema dramático que conta a história de um retirante cujo nome é Severino e assim se apresenta ao leitor no início do texto.

Veja trecho:

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;

(…)

Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra.

Enredo e características

Como o próprio poema explicita, Severino, a personagem principal, é um representante dos demais “severinos” que, no sertão de Pernambuco, tinham o mesmo fim. Desse modo, Melo Neto conta sobre a trajetória de Severino por uma vida melhor e retrata todo um grupo de pessoas assoladas pela situação da seca no nordeste do país.

No caminho, o retirante se depara com muitos enterros, dificuldade de arranjar emprego e com a miséria. Nesse sentido, a morte é um tema muito presente no poema, bem como o sofrimento daqueles que buscam sair do seu local no sertão em busca de uma vida melhor.

Assim, o poema se divide em duas partes, a primeira delas é o percurso de Severino até Recife, enquanto a segunda conta sobre a chegada e a estadia da personagem na capital pernambucana que, inclusive, retrata a situação de marginalização dos retirantes.

A questão da morte é marcante ao ponto de levar Severino a considerar o suicídio como única saída ao perceber que o seu trajeto não o levara a melhores condições. No entanto, outra personagem, Seu José, o impede.

Desse modo, o poema regionalista de João Cabral de Melo Neto, além de toda a preocupação estética com  a forma e com a métrica, apresenta denúncia social.

O poema “Morte e Vida Severina” é reconhecido por sua poética que mescla a construção dramática e a tradição poética com a temática regionalista do sertão, desse modo, é considerado a obra-prima do seu autor.

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